A cerimônia de inicio da quarta edição da Feira de Ciências do Semiárido Potiguar abriu as portas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido para mais de 600 jovens estudantes da rede pública de ensino do Rio Grande do Norte, que terão até sexta-feira, dia 7 de novembro, um contato mais próximo com o mundo da ciência. O evento aconteceu na noite de quarta-feira, dia 5, no Centro de Exposições e Eventos Enéas Negreiros (Expocenter), localizado no Câmpus Leste da Ufersa, em Mossoró.
A Feira é o único evento do gênero, na região, no volume de trabalhos e na relevância. Aproximadamente 100 escolas públicas apresentam os melhores trabalhos produzidos ao longo de um ano – são quase 200 projetos. O Programa de Extensão Ciência para Todos no Semiárido Potiguar é uma iniciativa da Ufersa e da UERN, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura e apoio das Diretorias Regionais de Educação – Dired.
Além dos projetos, a programação conta ainda com ampla discussão e apresentação de pesquisas de iniciação científica, apresentações culturais, palestras, oficinas, debates e exposição voltada para as diversas áreas do conhecimento. Os interessados podem visitar os trabalhos nos dias 6 (das 14 às 19 horas) e 7 (das 8 às 10 horas). O encerramento do evento será no dia 7, às 14h30, quando haverá a premiação dos melhores trabalhos inscritos.
A programação da cerimônia de abertura contou com a participação do Coral da Ufersa, seguida de uma série de falas motivando os estudantes a continuarem no munda da pesquisa. O pró-reitor de Extensão e Cultura da Ufersa, professor Felipe Ribeiro, ressaltou a importância do evento para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes a partir da vivência com a ciência. O início das atividades foi marcado pelo discurso do professor Francisco Odolberto, representando o reitor José de Arimatea.
Também prestigiaram o evento o professor Etevaldo Almeida, representando o reitor da UERN, professor Pedro Fernandes; a titular da 12ª Dired, professora Magali Delfino; professora Ieda Chaves, secretária de Educação da Prefeitura de Mossoró, além de representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Ativo de Produção da Petrobras Mossoró.
Conselho de um “apaixonado pelo céu”.
O professor Francisco Odolberto, vice-reitor da Ufersa, em sua fala fez um chamamento aos estudantes da rede pública para que insistam na busca por conhecimento, ainda que as adversidades possam soar como empecilho. Isso porque, segundo ele, “o mundo não tem fronteiras. Nunca deixem que os digam que vocês não podem”.
Doutor em Física, ele relembrou que seu envolvimento com a ciência se manifestou ainda na infância, quando, apaixonado pelo céu, ganhou uma luneta do seu pai. “O que me trouxe ao mundo da ciência foi um presente que ganhei do meu pai agricultor. O que eu pedi a ele não foi uma bola, mas uma luneta, porque eu lia nos livros de ciência o quão bonito era o céu”.
Ainda que precocemente, na infância, sua curiosidade pelos corpos celestes já envolvia os outros. “Quando eu apontava a luneta na praça para observar os planetas, os astros, as pessoas vinham e eu mostrava Saturno, Vênus e explicava conforme eu sabia com os livros e isso me motivou a fazer ciência”, rememora.
A lição deixada pelo professor Odolberto para os estudantes está na sua descoberta pela ciência. Se antes na situação de um curioso estudante, hoje, na situação de pesquisador: “a grande alegria do mestre é quando os nossos estudantes nos superam. Escutem, dialoguem, conheçam os trabalhos dos colegas, questionem seus professores”, aconselhou.
Íntegra da fala do vice-reitor.