No ano de 1963, o Sertão Central do Rio Grande do Norte vivenciava a experiência pioneira na alfabetização de jovens e adultos com o Projeto 40 Horas de Angicos, idealizado pelo educador Paulo Freire. Para resgatar essa experiência e celebrar os 50 anos da iniciativa, em 2013, a Assessoria de Comunicação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) produziu o documentário “40 Horas na Memória: Resgate da Experiência dos Alunos de Paulo Freire em Angico/RN”.
O documentário tem como protagonistas os 19 ex-alunos dessa experiência. Hoje, todos eles são idosos com idade acima dos 70 anos. Filmado durante os meses de fevereiro e março de 2013, o curta é ambientado nas residências de cada um dos participantes, como forma de resgatar a memória por meio da oralidade
O 40 Horas na Memória é a primeira peça audiovisual produzida pela Universidade para o acervo do Memorial Paulo Freire, construído nas dependências da Ufersa Angicos. Além dos ex-alunos do educador, o filme conta ainda com a apresentação do poeta cordelista Hailton Mangabeira e do músico Carlos Zens, que assinando a trilha sonora.
Com mais de 7 horas de imagens captadas, o filme mostra o recorte histórico de como aconteceu e o que representou o projeto na vida dos ex-alunos, a partir de cinco eixos temáticos: o cotidiano da cidade de Angicos à época; as aulas e o conteúdo de estudo; as impressões sobre Paulo Freire; as marcas daquela experiência e o legado das 40 horas.
Ficha técnica:
Duração: 30 minutos
Direção: Passos Júnior
Roteiro: Renata Jaguaribe
Direção de fotografia: Eduardo Mendonça
Edição: Diego Farias
Produção e concepção visual: Amanda Freitas
Assistentes de produção: Vanessa d’Oliviêr, Valéria Dantas e Cinara Ribeiro
Curadoria: Higo Lima
Alunos de Paulo Freire
Conheça os 19 ex-alunos do educador Paulo Freire que relataram suas experiências com o projeto 40 Horas de Angicos. Além das imagens em vídeo, os depoimentos também foram capturados em entrevistas gravas em áudio. Ouça o relato de dona Francisca de Brito, ao lembrar que “nós íamos escondidos”.
Bastidores
O que esta educação está podendo fazer é apanhar este povo emerso e inseri-lo no processo histórico. Inseri-lo quer dizer propiciar a ele oportunidade em que ele se faça agente da sua história, em que ele se faça sujeito da sua história.