Uma pesquisa em andamento na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) utiliza dados estatísticos e simulações computacionais para avaliar o potencial de diferentes tipos de resíduos de biomassa na produção de biochar, um carvão vegetal obtido pela queima controlada de resíduos orgânicos com oxigênio limitado.
O trabalho do estudante Gabriel Almeida Lima, do curso de Engenharia de Produção, tem como objetivo mapear os principais resíduos de biomassa presentes não apenas no semiárido brasileiro, mas também em toda a região Nordeste. O estudo está em fase de desenvolvimento e apresenta, até o momento, resultados relacionados aos resíduos provenientes da produção agrícola.
A pesquisa analisa dados de 2022 e considera, em suas simulações, o biochar produzido a partir de temperaturas superiores a 600ºC.
‘Buscamos analisar os dados e identificar os principais potenciais para a produção de biochar no Nordeste brasileiro, pois se trata de uma tecnologia promissora para a remoção de dióxido de carbono da atmosfera, especialmente para essa região’, comenta Gabriel, que integra o Núcleo de Pesquisa em Economia de Baixo Carbono da UFERSA (NPCO2).
Biochar
Cada vez mais utilizado em áreas como agricultura, reflorestamento e recuperação de solos degradados, o biochar se destaca não apenas por sua capacidade de capturar carbono da atmosfera, mas também por seus diversos benefícios ambientais e econômicos.
Além de melhorar a fertilidade do solo, aumentar a retenção de água e promover a biodiversidade, ele pode ser produzido a partir de uma variedade de fontes, incluindo resíduos vegetais, urbanos e industriais.
Biomassa
Com um processo de produção menos nocivo ao meio ambiente, a biomassa é um recurso renovável proveniente da queima direta de matéria orgânica ou da queima de gases gerados durante a decomposição dessa matéria. Esse processo de produção, quando bem gerido, apresenta menores impactos ambientais, além de ter um grande potencial para a captura de carbono.