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Comunicação

Dispositivo que detecta vazamento de água rende nova patente para a Ufersa

Inovação, Pesquisa 6 de março de 2024. Visualizações: 853. Última modificação: 23/08/2024 10:54:07

Equipe responsável pela sétima patente da Ufersa. Da esquerda para a direita: Nildo Dias, Solange Goularte Dombroski, Marcos Denilson Barbosa dos Santos, Alisson Gadelha de Medeiros e Maria Josicleide Felipe Guedes. Além deles, o professor Valder Adriano Gomes de Matos também faz parte da equipe. Foto: Eduardo Mendonça/Assecom.

A necessidade de detectar vazamentos em bacias sanitárias com um método eficiente e de fácil utilização motivou um pesquisador da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) a desenvolver o protótipo de um dispositivo de baixo custo que indica o desperdício de água. Com a possibilidade de utilização de resíduos industriais que poderiam poluir o meio ambiente, o invento resultou na sétima patente conquistada pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

“O protótipo foi idealizado para viabilizar a detecção de vazamentos não visíveis em bacias sanitárias por meio da percepção visual dos usuários”, detalha o professor e pesquisador Alisson Gadelha de Medeiros, do Departamento de Engenharia e Ciências Ambientais do campus de Mossoró. “Até então, essa era uma tecnologia indisponível no mercado”, acrescenta ele, que foi o idealizador e orientador da pesquisa.

A ideia foi executada em 2020 por Marcos Denilson Barbosa dos Santos, concluinte de Engenharia Civil que realizou a pesquisa como trabalho de conclusão de curso. “No início do projeto eu achei interessante participar porque era um problema bem comum para muitas pessoas, inclusive que a gente observava aqui na Ufersa”, lembra Marcos. “Mas eu não imaginava que fôssemos chegar a esse ponto de ter uma patente”, comemora.

Imagem do protótipo criado na Ufersa, que tem o formato de um semianel e componentes que podem ser fabricados com bioplástico, biopolímero, resíduos industriais e traçador químico.

Em anos anteriores, professores e alunos que fazem parte do projeto Depura – Diretrizes para elaboração de um plano de uso racional da água – já haviam se deparado com a falta de uma tecnologia eficiente para detectar o vazamento de água em bacias sanitárias. “Nós já precisamos realizar um levantamento sobre vazamentos de água em laboratórios da Ufersa utilizando caneta hidrossolúvel”, destaca a professora Maria Josicleide Felipe Guedes, atual coordenadora do Depura e uma das integrantes da equipe responsável pela patente.

O protótipo criado na Ufersa tem o formato de um semianel e componentes que podem ser fabricados com bioplástico, biopolímero, resíduos industriais e traçador químico. Dentro do semianel há um envoltório de biopolímero permeável contendo uma camada de material granular de resíduo cerâmico (pó de polimento do porcelanato) ou de mineração (scheelita). Quando há um vazamento na bacia sanitária, a água passa pelo material granular e muda de cor ao entrar em contato com o corante traçador, alertando o usuário.

“A ideia foi aprimorada a partir do dimensionamento detalhado de cada uma de suas partes constituintes e a modelagem computacional da peça”, afirma o professor Alisson. “Uma preocupação da equipe foi quanto à utilização de material com menor impacto ambiental negativo como, por exemplo, o corante traçador, além de material que seria descartado pela indústria”, pontua a professora Solange Aparecida Goularte Dombroski, engenheira sanitarista que participou da identificação de opções de material para confecção do dispositivo.

À esquerda, o professor e pesquisador Alisson Gadelha de Medeiros, do Departamento de Engenharia e Ciências Ambientais do campus de Mossoró, que foi o idealizador da pesquisa. À direita, o engenheiro civil Marcos Denilson Barbosa dos Santos, que realizou a pesquisa como trabalho de conclusão de curso. Foto: Eduardo Mendonça/Assecom.

“A nossa escolha pelo pó do polimento do porcelanato e pela scheelita foi motivada pela grande oferta desses resíduos aqui na nossa região”, informa o pesquisador Nildo da Silva Dias, do departamento de Ciências Agronômicas e Florestais, que colaborou com a pesquisa. “Mas nada impede que uma empresa de São Paulo, por exemplo, que queira fabricar o protótipo em grande escala, utilize outro material sintético, desde que tenha as mesmas propriedades e eficácia do nosso protótipo”, acrescentou o professor Nildo Dias.

O invento também contou com a contribuição do professor Valder Adriano Gomes de Matos – integrante do Depura e lotado no Departamento de Engenharia e Ciências Ambientais do campus de Mossoró. Após a concessão da patente, a próxima etapa do projeto será a produção do dispositivo, o que só poderá ser viabilizado com parcerias entre a Ufersa e empresas ou instituições interessadas na comercialização desse dispositivo.

“Nossa ideia é que em alguns anos seja possível encontrar esse dispositivo em supermercados e pequenos comércios”, afirma Alisson Gadelha, “para que qualquer pessoa possa ter em casa uma maneira eficaz de identificar com segurança o momento de fazer uma manutenção na bacia sanitária e evitar o desperdício de água”.

Sétima patente obtida pela Ufersa tem como título “Protótipo de baixo custo indicador de vazamentos não visíveis em bacias sanitárias”. Foto: Eduardo Mendonça/Assecom.