
Iniciativa é caracterizada e destinada à formação dos professores e professoras da educação básica/Foto: Monalisa Teixeira
Na última sexta-feira, dia 26, ocorreu à aula inaugural do Programa Escola da Terra, do Ministério da Educação, em parceria com a Ufersa e outras instituições brasileiras, no Auditório Amâncio Ramalho, em Mossoró. A iniciativa é caracterizada e destinada à formação dos professores e professoras da educação básica, que exercem atividades em escolas multisseriadas no campo ou escolas quilombolas, abordando processos educativos que levam em consideração as linguagens socioculturais que esses sujeitos compartilham em seus territórios e em suas localidades.
Estavam presentes na mesa a Pró-Reitora Adjunta de Extensão e Cultura, Tamms Morais; o coordenador do curso Escola da Terra, Melquisedeque de Oliveira; a coordenadora do Núcleo da Educação do Campo e da Diversidade do Rio Grande do Norte, Sandra Cândido, como também a secretária municipal de Ipanguaçu, Pâmela Siqueira. Além de Luzia Gomes e Maria Morais.
“Partimos do princípio de que uma escola da zona urbana não deve ter a mesma identidade político pedagógico de uma escola do campo, quilombola ou indígena. Então, o programa visa garantir que esses professores tenham uma formação pedagógica continuada para atender os alunos desses territórios específicos, condizente com a realidade social, educacional e cultural deles, que são residentes rurais desses territórios quilombolas e indígenas”, relata Ozaias Batista, professor do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Ufersa e coordenador adjunto do Programa Escola da Terra.

Projeto é um curso de aperfeiçoamento com duração de seis meses/Foto: Monalisa Teixeira
O projeto é um curso de aperfeiçoamento, com duração de seis meses, previsto para ser encerrado em agosto deste ano, tendo como municípios contemplados Angicos, Mossoró, Grossos, Apodi, Ipanguaçu e Baraúnas. Os professores e professoras serão instrumentalizados pedagógica e curricularmente de acordo com suas especificidades de ensino. A proposta também é, ao final do curso, redefinir o Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada escola, contextualizado dentro de cada realidade.
No auditório estavam presentes diversos professores das escolas do campo de diferentes localidades do Rio Grande do Norte, que vieram de seus municípios com a finalidade de aprender cada vez mais, contemplando toda pluralidade existente e as realidades de seus alunos.
Maria Lidiane, professora da rede estadual da Escola Iracema Fernandes, situada na comunidade de Pau Branco, discorreu que programas como esses são extremamente necessários para atingir o maior número de indivíduos, “Nós somos professoras que moramos nas comunidades, e conhecemos as vivências que lá estão presentes. Esse evento vem nos proporcionar mais informações para que a gente leve o conhecimento baseado na real necessidade da educação do campo e das pessoas que residem nessas comunidades”.
A estudante de nove anos, Madalena Barom, contou que esses programas ajudam a educação, e principalmente a cultura e arte de cada povo. “Eu gosto bastante de arte, eu toco pandeiro, chocalho, e as escolas do campo fazem atividades interessantes que todos gostam bastante”.

Crianças participaram da abertura/Foto: Monalisa Teixeira
“Eu nasci em Parelhas/RN, mas conheço a realidade do campo, estudei e dei o meu máximo para descobrir uma saída, e penso que uma educação popular é uma delas, pois isso implica numa forma diferente de pensar o ambiente excludente que é a escola. A escola do campo é motivadora, acolhedora e principalmente assume sua identidade do campo, que muitas vezes negamos”, discorreu o coordenador do curso Escola da Terra, Melquisedeque de Oliveira.
“Se o campo não planta, a cidade não janta”, foi o lema representado pelo grupo teatral Baobá da Ufersa, durante a mística de acolhimento no cerimonial pela manhã. E Luiza Maria Lima, representante e graduanda do curso de Licenciatura Interdisciplinar e Educação do Campo, discorreu com emoção ser um prazer realizar essas atividades que levam a cultura e a arte para dentro da universidade, e principalmente para toda comunidade “A mística é essa apresentação de acolhimento para quem está chegando, um acolhimento com toda alegria e amorosidade, trazendo elementos da terra que tanto nos representam, mostrando que também é uma forma de você reivindicar”.

Os municípios contemplados com o Programa Escola da Terra são Angicos, Mossoró, Grossos, Apodi, Ipanguaçu e Baraúnas/Foto: Monalisa Teixeira