Neste mês, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) conquistou mais uma patente para sua história. O projeto “Parafuso de interferência de poli (Ácido Lático) ou PLA produzido através de impressão 3D” é resultado de uma pesquisa desenvolvida pelos professores de Medicina Diego Ariel de Lima e Lana Lacerda de Lima, em parceria com o professor Rodrigo Nogueira de Codes, do Centro de Engenharia. Confira: Carta patente – Parafuso – Diego Ariel
A pesquisa propõe disponibilizar um material mais acessível para procedimentos cirúrgicos. “Em muitas cirurgias ortopédicas, necessitamos de matérias especiais para a realização delas, como parafusos de interferência”, explica o pesquisador Diego Lima.
Esses parafusos possuem dois tipos, de acordo com sua composição: metálico e bioabsorvível, que tem seu material absorvido pelo corpo humano. Algumas das vantagens do segundo modelo de insumo são que não interfere com a imagem da ressonância magnética e, em geral, não necessita ser removido em cirurgias de revisão.
O custo deste material, porém, se consolida como um entrave para o uso. No âmbito de políticas de saúde pública, principalmente em países que disponibilizam poucos recursos para o setor, o valor dos insumos a serem utilizados em cirurgia atua como fator decisivo na escolha desse material.
Junto a estudantes e técnicos de laboratórios da Ufersa, a equipe chegou a uma hipótese para reduzir os custos da produção desse material, envolvendo a tecnologia de impressão 3D. “O interesse na utilização da impressão 3D na área da saúde tem aumentado ao longo dos anos, tendo em vista suas vantagens e potencialidade na produção de dispositivos e implantes personalizados com geometrias complexas de forma rápida”, informa o professor de Medicina.
Com o aumento do uso da impressão 3D, o custo operacionais do processo diminuem, tornando essa tecnologia e seus produtos mais acessíveis.
O material utilizado para a impressão é o poli (ácido lático) ou PLA, que é usado nesse modelo de parafuso e tem propriedades atrativas para o uso na área biomédica devido à sua biocompatibilidade. O PLA é biodegradável, já que é capaz de ser desintegrado por agentes biológicos, sendo também biorreabsorvível, já que o produto da sua degradação participa do processo metabólico do organismo humano.
Após a pesquisa resultar em dissertações e trabalhos de conclusão de curso, no mês de novembro de 2023, a equipe recebeu a patente do produto. Esse trabalho se configura como a 5° patente creditada à Ufersa.