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Comunicação

Em Caraúbas, laboratório da Ufersa obtém reconhecimento por produção de microchips

Inovação, Pesquisa 18 de outubro de 2023. Visualizações: 524. Última modificação: 18/10/2023 15:09:25

Parte da equipe que atua no Laboratório de Pesquisas em Microeletrônica e Radiofrequências (LAMERF), no campus de Caraúbas. Foto: arquivo pessoal/cedida.

Componentes indispensáveis no desenvolvimento da Inteligência Artificial, os chips e microchips estão presentes em carros, máquinas de lavar, cafeteiras e em milhares de outros aparelhos. No campus de Caraúbas da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), o Laboratório de Pesquisas em Microeletrônica e Radiofrequências (LAMERF) vem se tornando uma referência na área.

Recentemente, um dos projetos elaborados no local foi selecionado pelo Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior instituição dedicada à Engenharia Elétrica no mundo, para participar do desenvolvimento e da fabricação de um chip que poderá ser utilizado no condicionamento de sinais biomédicos ou de instrumentos de medição.

Um dos projetos elaborados no LAMERF foi selecionado pelo Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior instituição dedicada à Engenharia Elétrica no mundo. Foto: arquivo pessoal/cedida.

“Os chips são pequenos componentes eletrônicos que estão por trás de utilitários diários, tais como cartões de banco, fornos de micro-ondas, geladeiras, e claro, nos smartphones”, explica o professor Francisco de Assis Brito Filho, coordenador do LAMERF, que está em funcionamento desde 2018 com o objetivo de desenvolver chips e formar recursos humanos para a área.

A estudante Hadassa Gomes, do curso de Engenharia Eletrônica da Ufersa em Caraúbas, participou da construção do projeto selecionado pelo IEEE e diz que se sente privilegiada com a experiência. “Tenho muito interesse em atuar nessa área, mas devido à complexidade das atividades, o aprofundamento durante a graduação fica difícil”, avalia a estudante. “Então esse projeto se torna uma experiência a mais de conhecimento que geralmente só seria vivida na pós graduação ou mesmo na indústria”, relata Hadassa.

Com o contexto da profissão em mente, a estudante destaca ainda o incentivo e o apoio dos professores. Ela diz que, “como mulher, não posso deixar de sentir orgulho de fazer parte de algo que é dominado em sua maioria por homens”.

O projeto selecionado pelo IEEE é apenas um dos trabalhos em andamento no Laboratório de Pesquisas em Microeletrônica e Radiofrequências da Ufersa. O docente Francisco Brito, em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros, elaboraram proposta de projeto conjunto para o desenvolvimento de chips voltados para a Computação Quântica, uma tecnologia que promete trazer grandes avanços para a nossa sociedade, e que depende do desenvolvimento de chips.

Diferentes projetos de pesquisa são executados no laboratório dedicado à produção de chips no campus de Caraúbas da Ufersa. Foto: arquivo pessoal/cadida.

Preparo de profissionais para o mercado de trabalho

A formação de recursos humanos na área de microeletrônica é apontada como um dos gargalos para atender o crescimento da demanda global por chips, e a Ufersa está cumprindo o seu papel. No curso de Engenharia Elétrica do campus Caraúbas é ofertada a disciplina de Microeletrônica, enquanto os alunos de pós-graduação têm disponível a disciplina de Projeto de Circuitos Integrados.

Devido à forte atuação na área, professores do campus de Caraúbas já ministraram cursos de extensão voltados para o desenvolvimento de chips.

Dentro do LAMERF existem estudantes de graduação e de pós-graduação, que realizam seus trabalhos de conclusão de curso ou de mestrado na linha de projeto de chips, obtendo assim uma formação que os qualifica a ingressar no mercado de trabalho. Um dos casos foi o do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Daniel Santos, egresso do curso de Engenharia Elétrica da UFERSA Caraúbas, que impulsionou sua entrada no mercado de microeletrônica.

“Durante minha graduação, desenvolvi um microprocessador que implementava a arquitetura aberta RISC-V, com o objetivo de desenvolver um chip de baixo consumo que pudesse ser utilizado em aplicações com restrições de potência”, explica Daniel sobre sua pesquisa. O projeto foi bem-sucedido e serviu de porta de entrada no mercado de microeletrônica para o ex-aluno.

Egressos e egressas da UFERSA hoje fazem parte deste mercado de trabalho e atuam como Engenheiros e Engenheiras no desenvolvimento de chips em
empresas brasileiras e multinacionais.