
Mesa de abertura contou com a presença da reitora da UFERSA, Ludimilla de Oliveira, e da diretora do Campus, Simone Rocha e, demais autoridades acadêmicas de Caraúbas/Foto: Assecom
Com a proposta de discutir as diversas formas do uso da linguagem, o Campus Caraúbas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, abriu nesta segunda-feira, 5, a programação do evento que chega a quarta edição. Com o tema RE-TRANS-PLURAR: as linguagens que nos move, a Semana de Letras é retomada após três anos devido a pandemia da Covid-19. Nessa edição, a Semana de letras se consagra com sucesso de participação com 300 inscritos e mais de 100 trabalhos científicos. “Quantas coisas podem ser transformadas por meio da linguagem ?” indagou o professor Daniel Guedes, um dos organizadores, durante a abertura.

Os professores Jeová Araújo e Daniel Guedes, organizadores da Semana de Letras/Foto: Assecom
O professor Jeová Araújo, coordenador da programação, agradeceu a todos os integrantes da organização da Semana de Letras que já é uma marca da UFERSA Caraúbas. “A partir da ideia de transformação, pluralidade e multiplicidade, a IV Semana de Letras busca explorar como as linguagens são capazes de recriar, de reinventar a realidade, de transformar e ressignificar sentidos e valores”, disse o professor Jeová para justificar a temática do evento que conta com palestras, mesas redondas, sessões de formação e apresentações de trabalhos, entre outras atividades.
A mesa de abertura contou com a presença da reitora da UFERSA, professora Ludimilla de Oliveira, e da diretora do Campus, a professora Simone Rocha e, demais autoridades acadêmicas de Caraúbas. “O pluralismo nos dá a condição de navegar em diferentes frentes, numa transversalidade do conhecimento, numa conexão de saberes por meio da linguagem, ressignificando a palavra, o sentido”, afirmou a professora Ludimilla ao desejar boas vindas aos participantes da Semana de Letras.
Os convidados para abertura apresentaram perspectivas amplas para a discussão. O primeiro convidado, o médico Galileu Oliveira, com participação de forma remota direto da Holanda e, num segundo momento, a pedagoga Simone Rocha, professora e diretora do Campus Caraúbas. Ambos, conhecedores do potencial da linguagem em suas áreas de atuação.

Médico Galileu Oliveira, participou da Semana de Letras, direto da Holanda/Foto: Assecom
Em sua fala, o médico Galileu trouxe a abordagem enfocando o “Antídoto do prefixo tele”, colocando a linguagem também como um “remédio” para os pacientes, falando sobre a importância de se ouvir o paciente. “Não devemos romantizar o sofrimento, o poder da linguagem, nas suas nuances pode demonstrar o luto, bastante maximizado com a pandemia, nos seus mais variados ressignificados” pontuou.

Professora Simone Rocha, trouxe para reflexão a questão da linguagem e a saúde mental/Foto: Assecom
Segundo Galileu, esse ressignificando pode aparecer de variadas maneiras, daí, a importância de ouvir os outros. “Nos humanos fomos feitos para contar uma história e, quando de forma presencial é muito mais intensa”, exemplificou. Para Galileu a linguagem traz essa ressignificação, sendo “em suas diversas nuances a expressão viva da imunidade humana contra a desesperança”, concluiu.
Numa outra vertente da linguagem, a professora Simone Rocha, trouxe uma reflexão sobre a saúde mental em tempo pós-pandêmico, trazendo a linguagem como caminho de transformação e de cura. A professora ressaltou que a falta de linguagem, do diálogo, pode causar prejuízos pessoais e sociais para os indivíduos, levando a problemas mentais, sendo a ansiedade e a depressão o principal. “O Brasil ocupa a quinta colocação estando no topo no ranking”, frisou. Um tema recorrente no ambiente acadêmico é que precisa ser colocado em evidência com novos significados.