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Comunicação

Autismo: desafio a ser abraçado pela educação

Inclusão 19 de abril de 2023. Visualizações: 449. Última modificação: 19/04/2023 11:09:10

Programação iniciada no dia 2 de abril tem encerramento com duas mesas redondas, no Auditório Amâncio Ramalho/Foto: Assecom

Ser pais de uma criança/adolescente autista tem representado uma responsabilidade maior quando se exige da sociedade a garantia de direitos, assegurados pela Lei 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista. Para conscientizar a comunidade universitária sobre essa realidade, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido, promoveu no decorrer deste mês de abril, várias atividade dentro da programação alusiva ao mês de conscientização do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Guilherme Barroso busca fazer valer os direitos dos autistas/Foto: Assecom

O encerramento da programação contou com a participação do estudante secundarista, Guilherme Barroso, que é escritor e pré-universitário. Autista, Guilherme conta que começou a falar verbalmente aos seis anos de idade. “Um jovem debatendo sobre o seu futuro no ensino superior é de grande importância quando sabemos que muitas pessoas não veem pessoas com deficiência no ensino superior. São vidas que estão jogo e precisamos falar do nosso futuro também na universidade”, afirmou.

Falando de sua experiência, o estudante afirma que as instituições de ensino ainda não estão preparadas para receber estudantes com autismo. “Faltam muitas informações sobre a Lei Berenice Piana (12.764/2012), daí, a ausência de acolhimento por parte das escolas e, as consequências são preconceito, bullying, discriminação com as pessoas autistas”. Guilherme afirma ainda que não é fácil a vida escolar de uma pessoa com autismo. “Espero que na universidade não se repita tudo que aconteceu durante a minha vida escolar”, afirmou o estudante que pretende cursar direito na UFERSA.

A programação que acontece na UFERSA é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, da Coordenação Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social (CAADIS) e da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEPE), com a proposta é apresentar e debater informações sobre o autismo, as implicações no contexto universitário e os direitos garantidos a essas pessoas.

Para Gilberliana Melo, da CAADIS, a Universidade tem trabalhado para diminuir barreiras e aumentar a inclusão dos estudantes deficientes. Atualmente, a UFERSA acompanha sete estudantes autistas. “Trabalhamos para melhorar a qualidade do atendimento de quem já se se encontra na Universidade, mas também para abraçar as possibilidades de novos alunos que ainda vão ingressas na instituição”, afirmou. Segundo a representante da CAADIS, para o próximo semestre serão mais cinco estudantes autistas ingressando nos cursos da UFERSA, numa “inclusão includente”, com condições de permanência.

Apresentação cultural abriu o evento/Foto: Assecom

Para o pró-reitor de assuntos estudantis, Júlio César, ao citar a experiência pessoal, também reconheceu não ser tarefa fácil ter um filho com deficiência. Júlio adiantou que a Universidade tem trabalhado para melhorar a vida dos estudantes, levando em consideração as particularidades de cada caso. “A gestão abraça a causa no só do autismo, mas de outras deficiências, com habilidades diferenciadas dentro da diversidade de casos para que a Universidade seja um ambiente agradável para pessoas com deficiência”, falou Júlio César.

A programação terá prosseguimento à tarde, a partir das 14h, com a Mesa Redonda “Espectro autista: direitos, desafios e possibilidades”, com Gleydson Gadelha (procurador do trabalho do MPT-RN), Geison Freire (médico e docente da Ufersa) e Ken Edy Rodrigues (discente da Ufersa). Já pela manhã aconteceu a Mesa Redonda

“Autismo no Ensino Superior: Múltiplas Perspectivas e Ações”.