Marcando sua participação no programa Futuras Cientistas, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) está recebendo um grupo de estudantes de Ensino Médio durante o mês de janeiro, para o processo de Imersão Científica. As alunas da rede pública de ensino do Estado estão atuando no plano de trabalho intitulado “Controlando a adesão das células e das bactérias em superfícies de titânio”, com orientação de profissionais da instituição e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O Futuras Cientistas é um programa institucional do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE) com objetivo principal a inclusão de alunas e professoras de escolas públicas estaduais, em espaços de desenvolvimento científico, para o aumento da participação feminina nas Ciências Exatas. No Rio Grande do Norte, as atividades tiveram início no dia 3 de janeiro e prosseguirão até o dia 31 do mesmo mês.
“Neste momento estamos realizando a imersão científica de 6 alunas que foram classificadas no RN”, diz o professor Clodomiro Alves Júnior, coordenador do plano de trabalho da UFERSA. As estudantes, durante as quatro semanas do projeto, participarão de palestras e práticas laboratoriais em formato híbrido, com atividades remotas e presenciais.
Entre os laboratórios do Campus Sede, em Mossoró, que as estudantes visitarão nos próximos dias estão o Laboratório de Microbiologia Veterinária (LAMIV), o Laboratório de Microscopia Eletrônica, e o Laboratório de Processamento de Materiais por Plasma (LabPlasma).
Atuando no time de pesquisadores que orientarão as futuras cientistas durante os próximos dias, a professora Janine Braz, da UFRN, explica brevemente a temática que será estudada. “O grupo de pesquisa trabalha com análise de biocompatibilidade de células e resistência bacteriana em superfícies de titânio modificadas com plasma. Essas superfícies são utilizadas para implantes com potencial para uso ortopédico, odontológico e cardiovascular”.
Sobre a iniciativa, a professora afirma que “é um grande exemplo motivador para nossa sociedade no que compete a estimular a inserção das meninas e mulheres, cis e transgênero, na comunidade científica, principalmente nas áreas da STEMM”. O termo utilizado em sua fala consiste em uma sigla em inglês, referente aos campos de estudo de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática e Medicina.
Janine adiciona que “o ingresso de meninas nas áreas STEMM das universidades ainda é inferior, quando comparado aos números de ingressantes do gênero masculino. Por isso, estimular a capacidade criativa e a curiosidade dessas meninas ainda na educação básica, é também aumentar a heterogeneidade da ciência nas universidades”.
A participação das Instituições de Ensino Superior no processo de inclusão também é citada na fala da professora. “É fundamental que as IES como a UFRN e UFERSA estabeleçam redes com a sociedade, e que fortaleçam a comunicação tanto com os educandos quanto com os educadores da educação básica. Eu acredito que a pesquisa de qualidade só acontece quando estimulamos o pensamento criativo e ousado ainda nas escolas”.