Com pouco mais de um mês surgem os primeiros morangos/Foto: Cedida
Um trabalho pioneiro, embora ainda em fase preliminar, estuda a viabilidade do morango na Região Oeste do Rio Grande do Norte. A iniciativa é do doutorando do Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Ítalo Sorac. “Trata-se de é uma observação preliminar empírica” adiantou. O doutorando tem como orientador o professor Dr. Francisco de Assis.
A ideia da pesquisa surgiu após conversas com amigos e a observação da comercialização da fruta em Mossoró. “Comecei a me questionar porque o morango era tão caro e muitas vezes o produto vem impróprio para o consumo, acarretando prejuízos para os comerciantes e consumidores”.
O clima quente do semiárido não foi empecilho para começar o trabalho. “Constatei que existe cultivares de morango que são adaptadas a climas mais quentes e que possuem fotoperiodismo de dias neutro, o que possibilitaria o cultivo em regiões de clima tropical” afirmou. Nesse sentido, Ítalo encontrou pesquisas realizadas na Universidade Federal do Ceará com produção de morango na Serra da Ibiapaba/CE e, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com o cultivo em Macaíba e Vera Cruz. “A partir dessas informações comecei a idealizar um projeto para minha Tese de Doutorado” frisou.
Experimento foi montado com 500 mudas de morangos vindas da Espanha/foto: Cedida
Depois dos estudos preliminares, Ítalo decidiu montar o experimento no município de Portalegre. Com a estufa e o sistema de irrigação montados, o próximo passo foi adquirir os fertilizantes e as mudas que vieram da Espanha. A amenidade do clima de Portalegre, localizada na região serrana do Estado, foi um incentivo a mais para o agrônomo. O experimento foi montado no dia 5 de março deste ano com o plantio de 500 mudas de morangueiros, sendo 250 da cultivar San Andreas e, 250 da cultivar Albion.
Ítalo Sorac/Doutorando em Manejo de Solo e Água na UfersaqFoto: Cedida
A pesquisa consiste em avaliar a viabilidade Tecnicoeconômica do cultivo de morangueiro no sistema semi-hidropônico no município de Portalegre/RN. O Brasil é o maior produtor de morango da América do Sul, tendo como principais produtores nacionais os estados de Minas Gerais (1° lugar), Rio Grande do Sul (2° lugar) e São Paulo (3° lugar). De modo que, com a produção concentrada nas regiões Centro Sul e Sul do país, em função do clima favorável ao cultivo.
Segundo Ítalo Sorac, o morango que chega para o consumidor do interior do Nordeste fica a desejar visto que o fruto é bastante perecível. O experimento dele testa duas cultivares da fruta adaptadas a regiões de clima quente, dois tipos de substratos e quatro soluções nutritivas com o objetivo de avaliar a viabilidade do seu cultivo na região serrana. “Nosso objetivo é avaliar a sua viabilidade tecnicoeconômica do morangueiro em cidade serrana do oeste Potiguar e determinar a cultivar mais adaptada, substrato mais adequado e solução nutritiva mais eficiente” frisou.
O município de Portalegre foi escolhido devido ao clima mais ameno e por contar com o apoio e incentivo de um investidor. “O experimento teve início com o plantio em 05 de fevereiro de 2020. Com pouco mais de 1 mês já surgem os primeiros frutos, o que nos deixou bastante animados”. Ainda segundo Ítalo a produção deverá aumentar e se estabilizar após 80 dias de cultivo. “Estamos na fase inicial do experimento. Os primeiros frutos ainda não representam a produção esperada, mas é animador para os resultados futuros” avaliou. O experimento deve ser conduzido até o fim deste ano, de modo a observar o comportamento nos dois períodos do ano, primeiro semestre quente e chuvoso e, o segundo semestre quando o clima é mais frio e seco. A intenção é desenvolver a pesquisa também nos municípios de Pau dos Ferros e Mossoró.
Pesquisa realizada por doutorando da Ufersa verifica viabilidade para o cultivo do morango em Portalegre – RN/Foto: Cedida