
Laboratório de inspeção de produtos de origem animal da Ufersa. Um dos 54 laboratórios da Universidade / Foto cedida
As Leis Nº 10.221, de 2001, e Nº 11.807, de 2008, estabelecem que o dia 08 de julho é a data que se comemora o Dia Nacional da Ciência e o Dia do Pesquisador Científico no Brasil. As Leis são importantes para refletir sobre a pesquisa e sobre o fazer científico no País e também para reconhecer e valorizar o profissional que se dedica a buscar melhorias para a sociedade. Mesmo diante de uma realidade que mostra queda do investimento público em ciência, a Ufersa traz números e apresenta a realidade de sua pesquisa para a comunidade, seja na graduação ou na pós-graduação.
Segundo dados da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, a Ufersa tem hoje 519 projetos de pesquisa em funcionamento nos seus quatro campi. São análises e experimentos em todas as áreas do conhecimento e com finalidades diversas. Professor da Ufersa há 4 anos, Daniel Valadão pesquisa o impacto das plantas daninhas na agricultura. Nas análises, o docente junto com alunos e bolsistas observam o comportamento do agrotóxico no ambiente e a descontaminação ambiental usando desde o carbono até plantas para a fitorremediação.
Daniel está à frente do laboratório de Manejo de Plantas Daninhas e também coordena o Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade e o Comitê Institucional de Iniciação Científica. “Espero que nos próximos anos, com o incentivo que a gente já recebe da Ufersa de órgãos fomentadores de pesquisa, a gente possa concluir o desenvolvimento de tecnologia de controle de plantas daninhas com o menor impacto ambiental e também propor um meio de utilizar herbicidas que sejam de maior eficiência principalmente agronômica e econômica e com menor contaminação ambiental”, comentou o pesquisador.
Das Ciências Agrárias às Ciências Sociais, as pesquisas têm o mesmo compromisso: buscar uma sociedade melhor para todos e todas. E quanto a isso, a Ufersa mantém experimentos na área da saúde, economia, educação, trânsito, no meio rural. É da Federal do Semi-Árido que se tem dados e estudos sobre violência e criminalidade, energias sustentáveis, irrigação, meio ambiente, alimentação, controle de zoonoses, reaproveitamento de água, sistemas de segurança, mobilidade urbana, doações de sangue etc.
“É inquestionável o papel da ciência no desenvolvimento humano e na melhoria da vida das pessoas. Desde sua criação na década de 60, a ESAM/Ufersa apresenta vocação para a ciência. São 52 anos desenvolvendo pesquisas com foco na geração de tecnologias para o Semiárido, nos diferentes campos do conhecimento, destacando-se historicamente na geração e difusão do conhecimento através de pesquisas científicas”, comentou o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Jean Berg Alves.
Com mais de 1.400 mestres e 300 doutores formados nos últimos 20 anos, a Ufersa tem atuação científica de destaque no Brasil e no mundo. Numa visão de futuro, a Universidade será nos próximos anos referência nacional na geração de tecnologias para o desenvolvimento sustentável, contribuindo para um Semiárido cada vez mais forte. E esse objetivo será alcançado devido ao empenho de alunos, pesquisadores e professores que hoje estão em um dos 54 laboratórios da Universidade. São pós-doutores e até mesmo alunos do Ensino Médio unidos neste ideal de pesquisas e de descobertas.
Um dos nomes que vem gerando repercussão nessa área de pesquisa dentro da Ufersa é o da jovem Ekarinny Myrela Brito de Medeiros, de 19 anos. Aluna do curso de Ciência & Tecnologia, ela pesquisa o desenvolvimento de um cateter bioativo proveniente do aproveitamento do líquido da castanha do caju, isso como alternativa na prevenção de infecção sistêmica. O trabalho de Ekarinny começou quando a jovem ainda era aluna de ensino médio da rede pública estadual, dentro do âmbito do Programa Ciência para Todos no Semiárido Potiguar da Ufersa.
E foi a partir desse trabalho que a estudante da Ufersa embarcou para feiras nacionais (como a Febrace) e até mesmo feiras internacionais como a Intel ISEF de 2019 (realizada nos Estados Unidos). Nesta feira, em especial, Ekarinny foi a única representante do Rio Grande do Norte e voltou com dois prêmios.É inquestionável o papel da ciência no desenvolvimento humano e na melhoria da vida das pessoas. Desde sua criação na década de 60 a ESAM/Ufersa apresenta vocação para a ciência. São 52 anos desenvolvendo pesquisas com foco na geração de tecnologias para o semiárido, nos diferentes campos do conhecimento, destacando-se historicamente na geração e difusão do conhecimento através de pesquisas científicas
Na última semana, a jovem Ekarinny participou de uma audiência na Câmara Federal dos Deputados, dentro da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. (Veja a participação de Ekarinny na Câmara Federal) Acompanhada do chefe de gabinete da Ufersa, o professor Felipe Ribeiro, a jovem estudante da Ufersa falou para parlamentares e convidados sobre como “Ganhar o mundo com uma boa ideia”. Além das conquistas, ela também falou dos desafios.
“Hoje, na condição de aluna universitária, eu queria muito ter uma bolsa de pesquisa, mas eu não tenho. Convivi todo o meu ensino fundamental e médio com cortes, restrições na educação e eu queria chegar no Ensino Superior com uma outra realidade, mas essa perspectiva de bloqueio por parte do Governo nos deixa de triste. Hoje eu preciso patentear a minha ideia para colocá-la no mercado”, desabafou Ekarinny.
Para o professor Felipe Ribeiro, coordenador do Programa Ciência para Todos no Semiárido Potiguar, que realiza a Feira de Ciências na Ufersa com alunos dos ensinos fundamental e médio, é necessário estimular o fazer científico na educação básica.
“O principal papel desse movimento de se fazer ciência na educação básica é semear a formação de futuros cientistas. Hoje a formação de cientistas ainda é muito tardia, muitas vezes ele só vai ser formando na pós-graduação. Então uma estudante, como a Ekarinny, que entra na graduação já com uma mentalidade e um preparo, já parte para fazer o curso superior apta para entrar num programa de iniciação científica”, comentou Felipe Ribeiro durante participação na Câmara Federal.