Organizado pelo professor Roberto Brígido e pelo saudoso Maurício d’Oliveira (In Memoriam), o livro reúne os textos, roteiros e histórias dos diversos espetáculos que o VINA/Foto: Passos Jr
Livro pode ser adquerido por meio dos integrantes do VINA/Foto: Passos Jr
Na noite desta quinta-feira, 24, o Auditório Amâncio Ramalho, no Campus Central da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), se encheu de música, memória e emoção com o lançamento do livro “Grupo Vivência N’Arte – VINA – Era uma vez”, uma obra que resgata a trajetória de um dos grupos culturais mais marcantes da história de Mossoró. O evento contou com a presença de integrantes antigos e atuais do grupo, amigos, professores e convidados, e foi marcado por um espetáculo musical repleto de nostalgia e afeto.
Antes do show, Roberto Brígido fez uma retrospectiva do Grupo VINA/Foto: Passos Jr
Organizado pelo professor Roberto Brígido e pelo saudoso Maurício d’Oliveira (In Memoriam), o livro reúne os textos, roteiros e histórias dos diversos espetáculos que o VINA encenou ao longo de 35 anos de atuação. A proposta, segundo Brígido, é preservar uma memória coletiva do grupo musical. “É uma história de 35 anos de atividades que começou pequena, mas que foi se aperfeiçoando. O livro é um resgate dessa trajetória, que marcou a cena cultural de Mossoró desde os anos 80”, afirmou o professor, destacando que o VINA surgiu como um tributo a Vinicius de Moraes e evoluiu para se tornar um importante expoente da música e da arte na cidade.
Emoção e saúdade no palco e na platéia/Foto: Passos Jr
VINI reúne música e poesia/Foto: Passos Jr
O grupo, que nasceu em um ambiente universitário, tem raízes profundas na antiga Escola Superior de Agronomia de Mossoró (ESAM), hoje Ufersa. Muitos dos seus integrantes eram estudantes, técnicos ou professores da instituição, e foi lá que encontraram apoio e espaço para dar voz à arte. “A gente procurava sempre trabalhar com músicas que ninguém conhecia em Mossoró. Descobria artistas novos e criava conexões com o público pela qualidade da música popular brasileira”, relembrou Brígido.
Os primeiros passos da maioria dos atuais componentes foram dados no início da década de 80, quando se reuniam na sede da Sociedade Cultural e recreativa dos Engenheiros Agrônomos de Mossoró – SCREAM. O primeiro recital teve como inspiração a vida e a obra do poeta Vinícius de Moraes, daí o nome do grupo. “Era uma vez um homem e o seu tempo. Assim, em 1990, surgiu o Grupo Vivência n’Arte”, relembra Brígido.
Vânia Porto/Pró-reitora de Extensão e Cultura/Foto: Passos Jr
A professora Vânia Porto, pró-reitora de extensão e cultura da Ufersa, vivenciou a época e acompanhou de perto a celebração, ressaltou a importância do retorno do grupo ao espaço universitário. “É com alegria que a gente recebe o Grupo VINA na nossa universidade. Eles trazem beleza, arte e cultura, elementos que sempre fizeram parte da nossa história desde a época da ESAM”, disse. Para ela, o evento simboliza o reencontro da universidade com suas raízes culturais.
Professor João Liberalino, no violão, diretor musical do VINA há 35 anos/Foto: Passos Jr
O reencontro com o palco também emocionou o professor João Liberalino, um dos fundadores do VINA e responsável pela direção musical do grupo. “Depois de tanto tempo, ver que a turma ainda tem o mesmo espírito é muito gratificante. A idade vem, a gente vai ficando mais cansado, mas a verve artística continua”, declarou, emocionado. Segundo ele, a pandemia causou um hiato nas atividades do grupo, mas a intenção agora é retomar os espetáculos e manter viva a proposta de arte com excelência.
Mais que uma comemoração, o lançamento do livro e o show comemorativo representaram um reencontro com a própria história da Ufersa — ou, antes dela, da ESAM — e com um tempo em que a música, o teatro e a poesia eram caminhos de resistência, identidade e pertencimento. Para os que desejarem adquirir a obra, o grupo disponibilizou um Pix no valor de R$ 60, com entrega organizada pelos próprios integrantes.
A noite foi, acima de tudo, um lembrete poético de que a arte não envelhece — ela apenas se transforma em memória viva. E o VINA, com sua voz afinada e espírito coletivo, segue ecoando pelas páginas da história cultural de Mossoró.