A cidade de Ipanguaçu, na região do Vale do Açu, será o cenário da IV Assembleia Potiguar do Clima (ASCOP), no dia 25 de junho de 2025, das 8h às 12h30, no auditório do IFRN – Campus Ipanguaçu. Com o tema “Desertificação da Caatinga: Plantio de 5 milhões de mudas”, o encontro busca fortalecer o debate sobre os desafios e estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas no semiárido potiguar.
O evento faz parte da Conferência Potiguar do Clima, que já realizou duas edições em Natal e promoveu três assembleias regionais: Caicó, Mossoró e São Gonçalo do Amarante. Agora, em sua quarta edição, a ASCOP chega ao município de Ipanguaçu com o propósito de ampliar a escuta dos territórios e envolver a comunidade acadêmica, gestores públicos, o setor produtivo e a sociedade civil em um debate profundo e transformador.
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), é uma das instituições parcerias da Assembleia do Clima, e marcará presença com o Setor de Produção de Mudas (Seprom). “Vamos apresentar o trabalho da Ufersa no combate a desertificação e no enfretamento as mudanças climáticas a partir da produção e doação de mudas nativas do bioma caatinga no Rio Grande do Norte. É importante a sociedade tomar conhecimento desse trabalho realizado pela Ufersa”, afirmou o coordenador do Seprom, Giorgio Mendes. Nos últimos 5 anos o Seprom/Ufersa já entregou para cerca de 70 municípios do Estado, quase meio milhão de mudas, resultado ações de extensão e pesquisa, envolvendo docentes, discentes e técnico-administrativos.
“A IV ASCOP-RN é mais do que um evento; é um movimento de articulação entre ciência, educação, cultura e território. É urgente reunirmos todos os atores sociais para enfrentar juntos os impactos das mudanças climáticas”, afirmou o Professor Robério Paulino, idealizador da Conferência Potiguar do Clima.
Durante a Assembleia, será apresentado o projeto do viveiro de mudas do IFRN de Ipanguaçu, uma iniciativa que contribui para a recuperação da vegetação da Caatinga e para ações de reflorestamento no estado. “Vamos realizar atividade prática no nosso viveiro de mudas aqui no instituto, que já contribui para ações de reflorestamento na região. É fundamental que esse tipo de conscientização sobre o clima e o meio ambiente seja ampliado e chegue a cada vez mais pessoas”, destacou o Professor José Geraldo, coordenador da IV ASCOP-RN.
Na programação da IV ASCOP, que conta com a parceria da Assembleia Legislativa, Ministério Público, Tribunal de Justiça, FEMURN, UFERSA, UERN, IFRN, IDEMA, IGARN e SEMARH, terão palestras e mesas-redondas com especialistas e representantes de instituições que atuam nas áreas de meio ambiente, desenvolvimento sustentável e educação ambiental.
Importância da Caatinga
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, cobrindo cerca de 850 mil km², o equivalente a 10% do território nacional, e se estende por nove estados do Nordeste. No Rio Grande do Norte, ela ocupa aproximadamente 95% da área total do estado, sendo essencial para a biodiversidade, o equilíbrio climático e a subsistência de populações rurais.
Apesar de sua relevância ecológica, a Caatinga é um dos biomas mais ameaçados do planeta. Estima-se que 45% da sua vegetação original já foi desmatada no RN, e menos de 9% da sua extensão está protegida por unidades de conservação. Segundo estudos recentes, até 99% das espécies vegetais da Caatinga podem ser impactadas pelas mudanças climáticas até o fim do século, caso medidas urgentes não sejam tomadas.
A Caatinga abriga mais de 2 mil espécies de plantas, além de 350 espécies de aves, várias delas ameaçadas de extinção. É um ecossistema resiliente, com alta conversão de carbono, mas extremamente vulnerável à desertificação, agravada pelo desmatamento, queimadas e práticas agrícolas insustentáveis.
Inscrições
As inscrições para a IV a Ascop são gratuitas e garantem certificação com carga horária de 5 horas, emitida pelo sistema SUAP.
Data: 25 de junho de 2025
Horário: 08h às 12h30
Local: IFRN – Campus Ipanguaçu
https://suap.ifrn.edu.br/eventos/inscricao/1/7544/