
Workshop reúne estudantes, professores, pesquisadores e representantes do setor tecnológico com o objetivo de recepcionar os ingressantes no curso /Foto: Eduardo Mendonça
Com o Auditório da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), do Campus Mossoró, lotado e com uma programação repleta de atividades voltadas à inovação, pesquisa e troca de conhecimento, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) deu início nesta quarta-feira, 23, ao X Workshop Técnico-Científico de Computação do RN (WTCC). O evento, que segue até quinta-feira, 25, marca também a integração com o Workshop do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da Ufersa/Uern, fortalecendo o vínculo entre graduação e pós-graduação na área.

Professora Amanda, coordenadora do Workshop/Foto: Eduardo Mendonça
Criado em 2015, o evento reúne estudantes, professores, pesquisadores e representantes do setor tecnológico com o objetivo de recepcionar os ingressantes no curso de forma mais interativa. Ele promove a conexão entre alunos de diferentes níveis da graduação, além de fomentar ações acadêmicas e de extensão para além das salas de aula. Ao longo dos três dias, os participantes têm contato com palestras, maratonas de programação, hackathon, minicursos e uma mostra científica.

Palestra de abertura do Workshop de Computação com presidente da Empresa Júnior, Eduardo Carmo/Foto: Eduardo Mendonça
Para a professora Amanda Gondim, coordenadora do Workshop, o curso de Ciência da Computação é uma ciência meio, ou seja, ela é a base para as diferentes áreas existentes, e o evento surge como uma ponte entre a Universidade e o mercado. “Queremos despertar o interesse pela pesquisa científica e, ao mesmo tempo, proporcionar experiências práticas e inovadoras, em que os alunos possam conhecer o curso desde dentro, mas também que se vejam parte de algo maior, com contato direto com o que o mercado espera deles”, afirma.
INTERDISCIPLINAR – Com um caráter interdisciplinar, o WTCC envolve alunos de diversas áreas e de instituições parceiras de dentro e fora do estado. Dessa forma, a visibilidade proporcionada pela programação tem papel fundamental para ampliar o alcance do curso, inclusive entre estudantes do ensino médio que ainda estão escolhendo suas futuras graduações.
“Embora leve o nome de computação, o WTCC é um evento de tecnologia. Recebemos estudantes e professores de outras instituições do RN e até de outras regiões, como o Ceará, fortalecendo essa troca de experiências entre diferentes realidades. Eu considero ainda que um dos maiores legados dele é o fortalecimento da cultura científica e tecnológica no interior do estado, pois eventos como esse mostram a força da produção científica que nasce aqui, no semiárido”, explica a professora Amanda.

Professora Angélica Félix/Foto: Eduardo Mendonça
Ainda pela manhã, reforçando o papel de acolhimento aos calouros, as professoras Danielle Casillo, Coordenadora do Curso de Ciência da Computação, e Angélica Félix, professora e coordenadora da Licenciatura do Núcleo de Educação a Distância Nead/Ufersa, apresentaram o curso, especialmente para os novos ingressantes da Universidade que ainda estão nos primeiros semestres. Na ocasião, Danielle destacou os aspectos fundamentais da estrutura de ensino da Ciência da Computação, apresentou o mapa do Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN), os departamentos de apoio e comunicação, além de orientações sobre como os estudantes podem acessar os serviços de assistência à saúde oferecidos pela universidade. Já Angélica, explicou como funciona a licenciatura no formato EAD da Ufersa.

Estudantes Arthur e Ryan, de Ciência da Computação/Foto: Eduardo Mendonça
O Coordenador do Mestrado da Ciência da Computação, professor Gabriel Gadelha, ficou responsável por aproximar os alunos da realidade da pós-graduação e ampliar a visão sobre as possibilidades acadêmicas além da graduação dentro da Ufersa. “Queremos que a pós-graduação cresça em conexão com os nossos alunos e com outras universidades, oferecendo um contato acadêmico mais amplo. É essencial que os estudantes percebam que seguir na pesquisa é uma possibilidade concreta, tanto do ponto de vista acadêmico quanto como realização pessoal”, afirmou.

Abertura do Workshop de Computação no Auditório da Proec/Foto: Eduardo Mendonça
Ryan Borges, concluinte do curso, é um exemplo de como a Universidade integra em um mesmo ambiente diferentes oportunidades acadêmicas. “Como aluno, a experiência do WTCC é muito importante, pois impacta a forma como percebemos e entendemos o curso assim que a gente entra, tendo noção do que vem pela frente durante a nossa graduação”. Ele ainda destaca a importância da pós-graduação, “A computação é algo que eu sempre quis, sou apaixonado, fiz curso técnico ainda no ensino médio, então era uma área que eu sabia que queria para a minha vida inteira. E eu consegui entrar no mestrado junto com a graduação que estou finalizando agora. Assim, a Universidade nos possibilita crescer”, acredita Ryan Borges.
O pesquisador Eduardo Guerra, da Universidade Livre de Bozen-Bolzano, na Itália, foi o primeiro conferencista no workshop. Ele trabalhou por sete anos no Instituto Espacial de Pesquisas Espaciais (INPE), no Brasil, figurando como pesquisador sênior. Ainda atuou como professor no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), reconhecido como uma das melhores escolas de engenharia do país. Com o tema “Encontrar melhores maneiras de desenvolver software”, em sua palestra ele também abordou os padrões, abordagens de programação e quais os processos podem ser utilizados por uma equipe de desenvolvimento.

Clara Lopes, discente de Ciência da Computação/Foto: Eduardo Mendonça
Segundo Clara Lopes, estudante do 5° período de Ciência da Computação, projetos como o WTCC, ofertado ainda no início da graduação, permitem aos alunos uma maior conexão entre eles e também entender as possibilidades existentes durante a graduação. “Eu faço parte do Projeto Pegazuls Aerodesign, que é uma ação voltada para a área das engenharias, que desenvolve aeronaves, especialmente no âmbito da competição SAE Brasil Aerodesign. Nossa equipe atualmente conta com 30 estudantes de diversos cursos, como das Engenharias, Ciência e Tecnologia e Ciência da Computação. E com o WTCC, a gente tem um maior contato com os projetos e também é com ele que podemos apresentar para os calouros o que eles podem fazer dentro do curso. Outra coisa é que com ele, temos acesso a coisas que não são possíveis em sala de aula, como essa palestra do pesquisador que passou pelo ITA e agora está na Itália”, pontuou a aluna.
Eduardo Carmo, presidente da primeira empresa júnior do curso de Ciência da Computação, Lotus Tecno, apresentou a agência e pontuou a importância dela durante a programação do WTCC aos calouros. “A empresa surgiu há cerca de um ano, e partiu da necessidade de ter essa conexão de nós estudantes com o mercado de trabalho, que é algo não tão explorado em sala de aula. E o WTCC é uma chance de mostrar para os novos alunos os nossos trabalhos, assim como ter maior conexão com o nosso curso”, reitera Eduardo.

Professor Leonardo Casillho/Foto: Eduardo Mendonça
Uma das atrações mais esperadas pelos discentes é a programação do hackathon, uma competição de ideias e programação, em que os participantes divididos em grupos de 4 a 5 pessoas devem desenvolver um plano baseado em temáticas que variam a cada edição. “Desse projeto, surgem startups, TCC’s e projetos de extensão são desenvolvidos e com o patrocínio do Instituto Sabiá, a dinâmica teve uma ampliação, e os estudantes ainda concorrem a premiações em dinheiro. Todos os anos essa é a parte do WTCC que eles mais aguardam, pois com o hackathon é uma chance de começar com pé direito na graduação”, pontua Leonardo Casillo, professor de Ciência da Computação.
“A gente fica muito feliz que o WTCC vem crescendo cada vez mais e os alunos participam, eles nos ajudam na organização, eles estudam, eles promovem minicursos também. E o nosso objetivo é de que ele se torne cada vez maior, que a gente consiga abrir as portas da Universidade, e consigamos levar esse evento para um espaço maior, cada vez com mais apoio, tornando o evento um marco dentro do curso da computação”, acrescentou o professor Leonardo Casillo.