Na manhã do último domingo, dia 06, cerca de cem integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra do Rio Grande do Norte – MST ocuparam as dependências do Núcleo de Geração e Transferência de Tecnologia em Produção Animal do Semiárido – NUTESA, área rural da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte da jornada de mobilizações de lutas pela reforma agrária que acontece ao longo do mês de abril.
A ação visa destravar demandas sociais do movimento junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e, para intermediar as negociações, o reitor da Ufersa, professor Rodrigo Codes, presidiu na tarde desta segunda-feira, dia 07, uma reunião com líderes do MST, representantes do INCRA, da Advocacia-Geral da União – AGU e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar – MDA e da Secretaria de Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar – SEDRAF do Governo do Estado.
A equipe de gestão da Ufersa pontuou a disposição da universidade em dialogar sobre as demandas apresentadas pelo movimento social, contudo reiterou o irrestrito trabalho para garantir a integridade do patrimônio da instituição. Neste sentido, após propositura do corpo jurídico presente na mesa de negociação, o Gabinete da Reitoria irá portariar uma comissão a fim de:
- Elaborar um diagnóstico com a função social da terra e proposta de projeto educacional da Ufersa na área ocupada;
- Indicar as potencialidades do uso da terra e da água para fins agrícola;
- Apresentar um diagnóstico legal, normativo e estrutural para subsidiar a discussão quanto à possibilidade de destinação compensatória – hipótese discutida no encontro.
Todos os pontos apresentados na reunião serão compartilhados com as unidades acadêmicas e representativas da universidade. Enquanto esses encaminhamentos se desenvolvem, o MST se comprometeu em enviar um cadastro indicando o quantitativo de pessoas e famílias que estão alojadas no NUTESA, sem que acrescente novos integrantes, bem como não violar o patrimônio material disposto na unidade e manter as negociações pacíficas.
Assim que o Gabinete da Reitoria tomou conhecimento da ocupação, adotou, ainda no domingo, as primeiras medidas visando salvaguardar a integridade da equipe de segurança e patrulhamento do espaço; oficializou os órgão e entidades competentes e montou um gabinete emergencial para monitorar a situação. “Estamos buscando a melhor solução para a Ufersa de forma pacífica e respeitosa”, garantiu o reitor Codes.