
Projeto do invento, denominado Crachá Tech V2, é um aparelho de detecção de obstáculos e superfícies para facilitar a vida de deficientes visuais/Foto: Cedida
A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) comemora mais um avanço na inovação tecnológica com a conquista de sua 17ª patente. O invento, denominado Crachá Tech V2, é um aparelho de detecção de obstáculos e superfícies, voltado para auxiliar a mobilidade de pessoas com deficiência visual. O dispositivo não substitui a tradicional bengala, mas a complementa, oferecendo mais segurança e conforto no deslocamento.

Professor Anderson Lemos, coordenador do Projeto/Foto: Eduardo Mendonça
O projeto teve origem dentro da sala de aula, no campus da Ufersa de Pau dos Ferros, como parte de um desafio lançado pelo professor Anderson Queiroz Lemos na disciplina de Administração e Empreendedorismo. “Eu incentivo os alunos a pensar de forma empreendedora, buscando soluções inovadoras para problemas reais. O Crachá Tech V2 nasceu desse processo, aplicando uma tecnologia já existente em um novo contexto”, explica o professor.
A tecnologia utilizada no aparelho é inspirada nos sensores ultrassônicos presentes em automóveis, que detectam obstáculos ao manobrar. O mesmo princípio foi adaptado para um dispositivo que pode ser fixado ao corpo, emitindo alertas vibratórios ao identificar objetos no caminho ou mudanças na superfície do solo.

Professores Anderson, Carlos e Wagner, idealizadores do projeto/Foto: Cedida
O Grupo de Pesquisa Carcará, responsável pelo desenvolvimento do protótipo, é composto pelos professores Anderson Queiroz Lemos, Francisco Carlos Gurgel da Silva Segundo e José Wagner Cavalcanti Silva, além dos discentes Maria Fernanda Carvalho Duarte e Rômulo Joseilton Ferreira da Silva. A iniciativa contou com o suporte do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufersa (NIT/Ufersa), que viabilizou o pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Maria Fernanda, discente/Foto: Cedida
O professor Anderson Queiroz ressalta a importância desse marco para a universidade e para a sociedade. “A espera pela patente durou dois anos, mas esse reconhecimento materializa o compromisso da universidade com ensino, pesquisa e extensão. A educação pública de qualidade gera impacto real e precisa ser valorizada. Nosso objetivo é tornar essa tecnologia acessível, promovendo inclusão e melhorando a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual”.

Projeto do Crachá Tech V2 teve origem dentro da sala de aula, no campus Pau dos Ferros/Foto: Cedida
Os próximos passos incluem a realização de testes em institutos de cegos pelo Brasil, com o intuito de aperfeiçoar o produto antes da comercialização. “Pretendemos fazer doações para obter feedbacks e realizar ajustes. Nossa meta é que o Crachá Tech V2 chegue ao mercado a um custo acessível e, quem sabe, seja incorporado em políticas públicas para beneficiar um maior número de pessoas”, destaca o pesquisador.
A conquista da patente reforça o papel da Ufersa como um polo de inovação, mesmo em um campus do interior, no Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Para Anderson Queiroz, a localização geográfica não limita a produção do conhecimento. “Quando há investimento, disponibilidade e alunos engajados, conseguimos transpor a teoria para a prática, gerando inovação e impacto social. Esse é o verdadeiro papel da universidade”.
Com o Crachá Tech V2, a Ufersa reafirma sua vocação para a pesquisa aplicada e sua contribuição para a inclusão social, abrindo caminho para novas descobertas e soluções tecnológicas que atendam às demandas da sociedade.