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Comunicação

Abertura de Workshop da RedeMaris reúne representantes dos governos e comunidades pesqueiras

Extensão, Pesquisa 20 de fevereiro de 2025. Visualizações: 198. Última modificação: 20/02/2025 18:05:53

Encontro destaca a importância da troca de saberes entre academia e comunidades tradicionais, promovendo o desenvolvimento sustentável da atividade/Foto: Eduardo Mendonça

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) sedia até amanhã, sexta-feira, 21, I Workshop da RedeMaris. A abertura realizada nesta quarta-feira, 19, no Auditório Amâncio Ramalho, no Campus Sede da Ufersa Mossoró, reuniu pesquisadores, gestores públicos e marisqueiras para discutir os desafios e oportunidades da mariscagem no Nordeste brasileiro. O encontro destacou a importância da troca de saberes entre academia e comunidades tradicionais, promovendo o desenvolvimento sustentável da atividade.

Nildo Dias,Vice-reitor da Ufersa/Foto: Eduardo Mendonça

O vice-reitor da Ufersa, professor Nildo Dias, ressaltou a relevância do projeto ao enfatizar o papel da universidade na promoção do diálogo entre conhecimentos científicos e saberes tradicionais. “Eu fiz uma leitura do projeto e achei extremamente interessante porque ele trata do diálogo de saberes, aproximando a universidade das comunidades. Temos que garantir a participação das marisqueiras nesse processo, pois essa troca é essencial para solucionar problemas ambientais, econômicos e sociais que envolvem essa atividade”, afirmou.

Professor Gustavo Henrique,Coordenador da RedeMaris/Foto: Eduardo Mendonça

O coordenador do projeto RedeMaris, professor Gustavo Henrique Gonzaga da Silva, também destacou a importância da iniciativa. “É um prazer estar aqui representando todos os participantes da RedeMaris. Esse evento só foi possível graças à colaboração de muitas pessoas, inclusive das marisqueiras da Associação de Mulheres Pescadoras e Empresárias de Grossos, que estão aqui participando das discussões”, disse.

Vânia Porto, pró-reitora de extensão e cultura/Foto: Eduardo Mendonça

Para a pró-reitora de extensão e cultura da Ufersa, Vânia Porto, o impacto do projeto tem a sua importância na organização das mulheres e na implementação de novas tecnologias para o manejo sustentável do pescado. “Esse projeto precioso une a organização das mulheres, a questão de gênero e a sustentabilidade ambiental, promovendo o desenvolvimento da atividade de forma equilibrada”, afirmou.

Liana Nobre, pró-reitora de pesquisa e pós-graduação/Foto: Eduardo Mendonça

Já a professora Liana Nobre, pró-reitora de pesquisa e pós-graduação, enfatizou a importância do fortalecimento das atividades tradicionais e da preocupação ambiental no desenvolvimento da mariscagem. “A mariscagem é uma atividade predominantemente feminina, e ações como essa beneficiam diretamente as comunidades envolvidas, garantindo um futuro mais sustentável para a pesca artesanal”, explicou.

Maria Luisa Quinino/Foto: Eduardo Mendonça

A perspectiva governamental foi abordada pela subsecretária de Pesca e Aquicultura do Rio Grande do Norte, Maria Luisa Quinino de Medeiros, que destacou os esforços para implementar políticas públicas voltadas às marisqueiras. “Estamos buscando parcerias com o governo federal para fortalecer essa cadeia produtiva e garantir melhores condições de trabalho para essas mulheres”, pontuou.

Rita de Cássia/Foto: Eduardo Mendonça

Para Rita de Cássia da Silva Costa, Coordenadora da Articulação Nacional de Pescadoras e Presidenta da Associação das Marisqueiras e Ostreicultoras de Macau RN, a criação da RedeMaris vai contribuir para a manutenção da atividade. “Estamos vendo cada vez mais o nosso marisco diminuir. na minha comunidade, por exemplo, 100 mulheres sobrevivem da cata do marisco, espero que os professores da universidade possam realizar as pesquisas e nos devolver os resultados para diminuir esse problema”, acredita a pescadora.

Maria Martilene, representante do Ministério da Pesca e Aquicultura/Foto: Eduardo Mendonça

A coordenadora-geral de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira do Ministério da Pesca e Aquicultura, Maria Martilene Rodrigues de Lima, enfatizou o protagonismo das marisqueiras na luta pelo reconhecimento de sua produção. “A produção das mulheres na pesca muitas vezes é invisibilizada. Esse projeto é um grande passo para mudar essa realidade e garantir que as marisqueiras tenham seu trabalho valorizado”, declarou.

David Soares, superintende de pesca/Foto: Eduardo Mendonça

Representando a Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no RN, David Soares de Souza destacou a necessidade de maior formalização das trabalhadoras das águas. “A RedeMaris é uma iniciativa essencial para garantir melhores condições de trabalho e acesso a direitos fundamentais para as marisqueiras”, disse.

O Workshop veio para consolidar a RedeMaris como um espaço de articulação entre diferentes setores, promovendo a valorização das marisqueiras e a sustentabilidade da mariscagem no Nordeste. A troca de experiências e a construção conjunta de soluções reforçam o compromisso com um futuro mais justo e equilibrado para essa atividade essencial para tantas comunidades costeiras.

RedeMaris: Universidade e comunidade unem forças pela pesca sustentável

Navegante Mendonça, pte da Associação/Foto: Eduardo Mnedonça

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) reforça seu compromisso com o desenvolvimento social e ambiental por meio do Projeto RedeMaris. O I Workshop da RedeMaris reuniu pesquisadores, extensionistas e marisqueiras para debater a pesca sustentável do marisco e buscar melhorias para a cadeia produtiva da mariscagem.

Coordenado pelo professor da Ufersa, Gustavo Henrique Gonzaga da Silva, o projeto visa capacitar marisqueiras e fortalecer sua atividade, garantindo sustentabilidade e melhoria socioeconômica. Segundo ele, o encontro representa um marco para a iniciativa. “Essa é a primeira reunião de todos os integrantes do projeto, um momento crucial para discutir aspectos metodológicos e planejar as atividades dos próximos dois anos. Além disso, recebemos marisqueiras para ouvir suas demandas e aprimorar nossa atuação”, explicou o professor.

O RedeMaris conta com o apoio do Ministério da Pesca e da Aquicultura e do CNPq, além de integrar mais de 16 universidades, institutos federais, ONGs e instituições de extensão, como Sebrae e Emater, além de associações de marisqueiras. “Esse esforço conjunto reforça a importância da pesquisa e da extensão no desenvolvimento de práticas mais eficientes e sustentáveis para a mariscagem”, acredita o professor Gustavo Gonçalves.

Marileide Maria, pescadora de marisco/Foto: Eduardo Mendonça

Para as marisqueiras, a parceria com a universidade trouxe impactos positivos. Marileide Maria de Sousa, da Praia de Grossos, relata as mudanças desde o início do projeto. “Antes estava tudo parado. O professor Gustavo chegou e nos incentivou a continuar. Hoje, além de pescar, vendemos produtos como coxinha, caldo e lasanha de marisco, ampliando nossa fonte de renda”, disse. Ela também destacou que a iniciativa tem ajudado a comunidade a aprimorar técnicas e buscar novos mercados para seus produtos. “Agora sabemos dar valor ao que fazemos”, completou.

PESCADORAS – A pescadora de mariscos Navegante Mendonça destaca que a presença da universidade trouxe reconhecimento profissional para a categoria. “Antes, a gente nem sabia que nosso trabalho era uma profissão. Hoje somos reconhecidas como pescadoras, já recebemos prêmios pelo nosso trabalho e temos um novo olhar sobre nossa atividade”, afirmou. Além da pesca, a associação liderada por Navegante trabalha no beneficiamento do marisco e na comercialização de seus derivados, agregando valor ao produto.

Um dos frutos dessa parceria foi a descoberta do potencial do pó de concha, antes descartado como resíduo. Com o apoio de uma aluna de Engenharia de Pesca, as marisqueiras aprenderam a transformar esse material em artesanatos como saboneteiras, espelhos e petisqueiras. Essa inovação não só gera renda, mas também contribui para a redução do impacto ambiental.

O projeto RedeMaris evidencia o papel essencial das universidades na transformação social e econômica das comunidades. A iniciativa não apenas fortalece a atividade pesqueira, mas também impulsiona o empoderamento das marisqueiras, promovendo sustentabilidade e valorização da cultura local.

Marisqueiras que participam do Workshop da RedeMaris que acontece na Ufersa realizando atividade na praia de Grossos realizando a cata do marisqueiro/Foto: Cedida