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Comunicação

Sistema de irrigação adaptado para o semiárido recebe patente

Inovação, Pesquisa, Reconhecimento 12 de dezembro de 2024. Visualizações: 57. Última modificação: 12/12/2024 16:39:46

Sistema de irrigação em funcionamento no município de Apodi. Foto: cedida/arquivo pessoal.

Um sistema de irrigação que permite utilizar água de qualidade inferior e a um custo reduzido obteve mais uma patente para a Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa). A tecnologia criada permite a irrigação de culturas adensadas em fileiras – ou seja, cultivadas com menor espaço entre as plantas.

Resultado de uma pesquisa iniciada em 2014, a solução que teve a inovação reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) foi testada nos cultivos de algodão, sorgo e palma-forrageira, espécies bem adaptadas à região semiárida brasileira. O sistema permite a utilização de águas residuárias tratadas, com as provenientes do uso doméstico ou industrial.

“”Nós iniciamos o trabalho com a irrigação da palma forrageira, que é uma espécie que demanda bem pouca água”, detalha o professor e pesquisador Francismar Medeiros. “Tínhamos que ter um sistema barato, que consumisse pouca água e pouca energia, além de ter o mínimo possível de perda por meio da evaporação”, acrescenta.

O professor Francismar Medeiros, do programa de pós-graduação em Manejo de Solo e Água da Ufersa. Foto: Assecom.

O invento é resultado de uma pesquisa interdisciplinar realizada pelos pesquisadores Alison Rocha de Aragão (doutorando em Fitotecnia); Alyssandny Francisco Matos Xavier (egresso do curso de Mestrado em Manejo de Solo e Água); Francisco Gonçalo Filho (Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais e egresso do curso de Doutorado em Manejo de Solo e Água); José Francismar de Medeiros (programas de Pós-Graduação em Fitotecnia e Manejo de Solo Água); Marcírio de Lemos (egresso do Doutorado em Manejo de Solo e Água); Miguel Ferreira Neto Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais); Nildo da Silva Dias (Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais); e Raniere Barbosa de Lira (gerente de Desenvolvimento Rural na Secretaria de Agricultura de Mossoró e egresso do Doutorado em Manejo de Solo e Água).

O sistema criado na Ufersa permite a resolução de um dos maiores desafios na reutilização de água para a irrigação, que é a presença constante de material em suspensão nestas águas. Para evitar entupimentos, os pesquisadores identificaram a efetividade da utilização de microtubos com apenas 3 milímetros de diâmetro interno. A solução encontrada substitui sistemas de filtragem encontrados nos sistemas tradicionais, barateando a reprodução do modelo.

Culturas que demandam maior quantidade de água, como a do algodão, que aparece na imagem, também podem se beneficiar do sistema criado na Ufersa. Foto: cedida/arquivo pessoal.

O modelo de irrigação proposto apresenta uma vazão média dos emissores de 90 litros de água por hora, garantindo ao produtor do semiárido a possibilidade de cultivar suas terras com mais qualidade e eficiência no uso da água. “Embora a irrigação seja apontada como uma das alternativas para o desenvolvimento socioeconômico das zonas áridas e semiáridas, este é um recurso limitado pela baixa disponibilidade hídrica”, afirmam os pesquisadores. “Assim, faz-se necessário aumentar a eficiência do uso da água com o uso de sistemas de irrigação com distribuição e redistribuição de água mais uniforme, que permita saber quanto e quando irrigar, evitando as perdas e conferindo maior rendimento e qualidade das culturas”.