A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) realiza trabalho de assessoria técnica voltada para a produção do cultivo de caju no município de Serra do Mel. As ações de extensão universitária, coordenada pelo professor Josivan Barbosa e, pela professora Patrícia Lígia, vem oferecendo suporte técnico aos produtores locais, ajudando a melhorar o manejo, a colheita e o pós-colheita, com o objetivo de garantir a qualidade do fruto e ampliar sua aceitação no mercado nacional.
Segundo o professor Josivan Barbosa, doutor em Fruticultura e responsável pelo projeto, a região tem condições privilegiadas para o cultivo do caju anão precoce, uma variedade desenvolvida pela Embrapa. “Essa variedade tem alto teor de açúcar, menos acidez e taninos, o que a torna ideal para o consumo in natura. Além disso, o porte baixo facilita a colheita, preservando a qualidade do fruto”, explica o professor.
O trabalho da Universidade em Serra do Mel vai além da simples orientação técnica. A universidade busca criar uma cadeia produtiva sólida e sustentável, baseada no modelo de sucesso já utilizado para frutas como o melão e a manga, que hoje estão no mercado internacional.
“Estamos auxiliando os produtores a implementar práticas de manejo adequadas para garantir a qualidade e a vida útil do caju até sua chegada ao mercado consumidor, seja em São Paulo ou até mesmo futuramente na Europa”, acredita Josivan Barbosa. O professor alerta para os cuidados que devem ser tomados com relação à colheita é o armazenamento da fruta em câmeras frias, que a exemplo, do morango, o caju também é muito delicado.
As visitas técnicas realizadas pela equipe da Ufersa em parceria com o SENAR têm sido fundamentais para a transferência de conhecimento e para a implementação de técnicas modernas. No entanto, o professor destaca a necessidade de estrutura para os pequenos e médios produtores. “É indispensável a instalação de galpões de embalagem adequados, o que pode ser viabilizado por meio de financiamentos e associações. Sem isso, é impossível atender às exigências do mercado”, completa.
A cultura do caju em Serra do Mel vem se consolidando como uma alternativa econômica viável para os produtores locais. Com áreas que variam de 50 a 800 hectares, a produção tem potencial para gerar renda significativa. O caju, que no campo vale cerca de R$ 0,50 o quilo, alcança R$ 3,00 após processado e embalado, tornando-se uma fonte de agregação de valor.
“Com o manejo correto, o caju pode ser produzido durante os 12 meses do ano, o que é crucial para fidelizar os compradores. Essa regularidade é o que garante que o consumidor encontre o fruto toda semana no supermercado”, destaca Josivan Barbosa.
Localizada a poucos minutos da Serra do Mel, a Ufersa reforça seu compromisso com a região e com a missão de fomentar o desenvolvimento sustentável. “A universidade não pode se distanciar de um projeto tão importante, que tem o potencial de transformar a economia local e colocar o caju potiguar entre os melhores do Brasil”, conclui o professor.