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Comunicação

Exposição “Nasci quilombo, cresci favela, linhagem e ancestral”, encerra Seminário

Pós-graduação 19 de setembro de 2024. Visualizações: 124. Última modificação: 19/09/2024 15:20:53

A exposição, montada pela discente Maria Luíza, é composta por 13 estandartes que simbolizam diversas mulheres negras que marcaram a história/Foto: Monalisa Teixeira

Marcado pela representatividade e fruto do desejo de conversar com a temática do VI Seminário em Cognição, Tecnologias e Instituições, a exposição “Nasci quilombo, cresci favela, linhagem e ancestral”, ocorreu hoje, 19. A mostra foi idealizada e confeccionada pela aluna da Ufersa e educadora popular, Maria Luiza Oliveira, graduanda do curso Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo (Ledoc), e exposta no prédio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG), no Campus Leste.

Auditório da PROPPG ficou lotado para prestigiar exposição/Foto: Monalisa Teixeira

A exposição marcou o encerramento das atividades do evento, que objetiva aproximar estudantes e professores da universidade a pesquisa interdisciplinar, relacionando os estudos com manifestações artísticas, tecnologias, ciência, ambiente e saúde. A discente confeccionou durante três meses estandartes que simbolizam diversas mulheres negras que marcaram a história: Dandara, Tia Ciata, Djamila Ribeiro, Carolina Maria de Jesus, Marielle Franco, Conceição Evaristo, Angela Davis, Lélia González, Elza Soares, Tereza de Benguela, e conversam com questões da educação popular e cognitivas.

Maria Luzia, educadora pela Ledoc/Ufersa/Foto: Monalisa Teixeira

Questionada o motivo de algumas peças não terem olhos ou bocas, a artesã afirmou que foi uma forma que encontrou de representar os atravessamentos enfrentados por essas mulheres em virtude do racismo estrutural e machismo presente na sociedade. “Trazer a representatividade de pessoas negras para esses espaços que são seletivos e que nem todo mundo tem condições de estar aqui, é essencial, devemos fazer isso acontecer”, afirma Maria Luiza.

Durante a apresentação, uma mística de encerramento foi declarada, e nela, a aluna versou poemas, escritos e músicas sobre cada uma das mulheres negras representadas nos estandartes. Descrito por ela como “emocionante, necessário e ancestral”, o momento foi recebido com emoção por quem esteve no local.

“No dia 14 de maio, eu saí por aí, não tinha trabalho, nem casa, nem pra onde ir, levando a senzala na alma, subi a favela, pensando em um dia descer, mas eu nunca desci”, trecho da música 14 de Maio, da canção de Lazzo Matumbi, e cantada por Maria Luiza, que considera a obra como uma representação musical de sua exposição.