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Comunicação

Projeto ‘Quintais Produtivos’ proporciona melhoria de vida para 10 famílias quilombolas de Portalegre

Extensão 26 de agosto de 2024. Visualizações: 277. Última modificação: 27/08/2024 13:39:16

As famílias quilombolas beneficiadas pelo Projeto Quintas Produtivos foram contempladas com hortas, galinheiros e um meliponário para produção de mel jandaíra/Foto: Eduardo Mendonça

Em execução desde o ano passado, 10 famílias quilombolas do município de Portalegre, na Região do Alto Oeste do Rio Grande do Norte, estão sendo beneficiadas com o Projeto de Extensão ‘Quintais Produtivos’, desenvolvido pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). No último sábado, 24,  a reitora Ludimilla Oliveira, o professor Sueldes Araújo e, demais integrantes do projeto estiveram em três comunidades: Pêga, Arrojado e Lages, visitando e entregando oficialmente os quintais produtivos as famílias quilombolas.

Os pintinhos já são aves adultas e estão produzindo ovos/Foto: Eduardo Mendonça

“O projeto proporcionou a instalação de 10 quintais produtivos, beneficiando cerca de 50 pessoas da comunidade que já produzem e comercializam a produção”, comemora o coordenador do projeto, o professor Sueldes Araújo. Cada família recebeu uma estufa para a produção de hortaliças e um galinheiro com 50 matrizes de aves (galinha caipira). “Vimos aqui que os “pintinhos” que entregamos já são aves adultas com uma produção de ovos que são para o consumo das famílias e o excedente sendo comercializado, além da produção de hortaliças com colheitas sistemáticas desde os seis primeiros meses de instalação dos quintais produtivos”, afirmou o coordenador Sueldes.

O meliponário coletivo conta com 10 colmeias/Foto: Eduardo Mendonça

Além das hortas e dos galinheiros, o projeto instalou um meliponário para a criação de abelhas sem ferrão, para a produção de mel jandaíra. “Paralelo com a instalação do meliponário realizamos com os integrantes das famílias capacitações e oficinas com abordagens sobre a importância das abelhas, sobre o manejo e sobre a polinização que resulta na produção das frutas”, contou a professor Kátia Gramacho, integrante do projeto.  O equipamento é coletivo com cada família ficando responsável por uma colmeia. A professora Débora Andréa Evangelística Façanha, atualmente professora da Unilab, também é integrante do projeto prestando assessoria técnica sobre o manejo de aves.

Outro integrante do projeto, o agrônomo Giorgio Mendes, do Setor de Mudas da Ufersa, operacionalizou e capacitou os moradores quilombolas sobre a instalação dos viveiros e o cultivo de hortaliças orgânicas. “É gratificante testemunhar o resultado de um projeto voltado para a melhoria de pequenos agricultores, aqui, particularmente, quilombolas que há muitos anos dependem da agricultura de subsistência e, poder proporcionar alternativas de sobrevivência e melhorias na qualidade de vida desses agricultores é muito importante”, disse Giorgio Mendes.

Reitora Ludimilla comprovou os resultados positivos do projeto de extensão/Foto: Eduardo Mendonça

Ao conhecer o projeto e conversar com as famílias quilombolas, a reitora da Ufersa Ludimilla Oliveira, ressaltou a importância da iniciativa como alternativa viável para melhorar a sobrevivência dos pequenos agricultores. “Esse é também o papel da Universidade, sair dos muros e trazer conhecimento com alternativas viáveis de serem operacionalizadas. Esse é um exemplo concreto de ações que o semiárido precisa”, afirmou.

Casal de agricultores comemoram resultados do projeto/Foto: Eduardo Mendonça

A agricultora Maria de Fátima da Silva Lima, moradora da Comunidade Quilombola de Lajes, cultiva hortaliças desde 2006 e, com o Projeto ‘Quintais produtivos’ muita coisa mudou, principalmente, com as orientações que recebeu para o cultivo das hortaliças. “Melhorou muito, vendo tudo que produzo”, afirmou. A agricultura fornece hortaliças para a cidade de Portalegre.

O agricultor Francisco Aldemir, da Comunidade Quilombola do Pêga, é outro beneficiado pelo projeto da Ufersa. “Já produzia frutas de época – graviola, manga, laranja e caju – com a vinda do projeto intensifiquei a produção de hortaliças – coentro, cebolinhas, alface e pimenta de cheiro, além dos ovos. Estou satisfeito com o resultado”, opinou.

Para o casal de agricultores Antônio Germano e Francisca Maria de Jesus (dona Branca), da comunidade Arrojado sempre acreditou na viabilidade do projeto. “A nossa renda dobrou”, afirma. Atualmente, o casal produz uma média de 120 ovos por semana, além das hortaliças que são livres de produtos químicos (agrotóxicos).