Nos braços da mãe, a criança acompanhou a entrega do título de Engenheiro Civil para o seu pai, Antônio Juscelino, que colou grau junto a mais 121 formandos/Foto: Ester Chagas
Em seu primeiro ano de vida, João Gabriel vivenciou uma experiência no Campus Caraúbas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), sonhada por muitos jovens e famílias: a colação de grau. Nos braços da mãe, a criança acompanhou a entrega do título de Engenheiro Civil para o seu pai, Antônio Juscelino, que colou grau junto a mais 121 formandos na última segunda-feira, dia 24.
Chegar até o final desse percurso não foi fácil, porém, o concluinte atribui parte de seu êxito à família. “Sempre tive minha família ao meu lado, principalmente a minha esposa, que me incentivou, acolheu e me deu força para continuar”, diz Antônio sobre o que lhe manteve firme nos momentos onde pensou em desistir.
Ao citar os fatores importantes para o sucesso na graduação, o recém-formado destacou a construção de laços com alunos e professores. “Quando você cria laços, amigos, você consegue deslanchar no curso, passar nas matérias de maneira mais tranquila, ajudar nas tarefas e trabalhos”, explica. O ex-aluno, vindo de um sítio, em Campo Grande, conta que teve de desistir de seu emprego para se dedicar totalmente à universidade; após isso, ele pode se entregar à vida no campus e obter melhores resultados.
Dividir o tempo entre estudos, trabalho e família foi uma missão para Wendell Praxedes, concluinte do Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia. A sua família, junto com a esposa e o filho, o acompanhou no caminho árduo durante a formação e agora comemoram a sua vitória. “Teve vezes onde eu tive que perder momentos em família, deixar tudo para estudar, mas foi tudo por uma boa causa”, relembra.
O próximo passo em sua carreira é a formação em Engenharia Elétrica, onde planeja estudar e ser um bom profissional. A garra para se esforçar vem com o apoio e o objetivo de dar um futuro melhor para o seu filho.
Jaqueline levou a sobrinha para a cerimônia/Foto: Ester Chagas
Jaqueline Cardoso também queria mostrar esse momento de glória para a futura geração de estudantes, levando a sobrinha como acompanhante na cerimônia. “Eu trouxe ela para mostrar o universo que é a universidade e as possibilidades desses cursos, de estar concluindo”, diz a concluinte que encerra sua jornada no curso de Letras, com habilitação em Inglês.
Natural da cidade de Felipe Guerra, Jaqueline é formada em Serviço Social e sonhava em seguir o rumo da licenciatura. A família e os amigos nunca a deixaram abandonar esse sonho, a levando ao ingresso no curso em 2016, simultâneo aos últimos períodos de sua primeira graduação. As dificuldades pessoais e a pandemia do Covid-19 levaram ao atraso de sua colação de grau, mas não apagaram sua paixão pelo ramo estudado.
Como conselho para todos, a professora reforça que “não há um tempo para buscar os seus sonhos”. Mesmo tendo desviado sua carreira para a área do serviço social, Jaqueline não se deixou assustar pelo tempo passado ou por sua idade e seguiu o rumo para atuar na profissão de seus sonhos.
A reitora, Ludimila; a paraninfa, professora Leonete e, a diretora da Ufersa Caraúbas, Simone/Foto: Monalisa Teixeira
Uma cerimônia cheia de esperanças
A mesa de honra para a colação de grau do campus de Caraúbas foi composta por autoridades locais, representantes de instituições parceiras e integrantes da gestão da Ufersa. O discurso da diretora do campus direcionou os olhares para a grande conquista de todos os estudantes e o seu protagonismo no momento.
“Hoje, vocês não apenas recebem um diploma, mas também carregam consigo a esperança e a confiança de todos nós que acreditamos em seu potencial”, afirma a professora Simone Rocha, buscando trazer em seu discurso uma mensagem de otimismo e esperança.
Orador da noite, o formado do curso de Letras Inglês, João Gildenildo da Costa, relembrou os momentos “desde o instante que pisamos no Campus Caraúbas pela primeira vez, até os questionamentos sobre como seria entrar em um lugar que nos apresentasse pessoas das mais variadas personalidades e realidades, além de uma rotina de estudos e de vida totalmente diferentes da que levávamos antes”. A nostalgia vinda de eventos no campos também foi compartilhada com os seus colegas.
Já a Vice-diretora, que estava como paraninfa das turmas, trouxe à memória o lema do brasão institucional da Ufersa: “A ciência floresce através da terra seca”. “Ora, para florescer, além da boa semente, é preciso cuidado, e eu tenho certeza que nesse Campus não faltou”, diz a professora Leonete Oliveira, que prossegue ressaltando a excelência do serviço prestado pelos professores, técnicos e terceirizados.
Encerrando a solenidade, a professora Ludmilla Oliveira, reitora da Universidade, utilizou a oportunidade para exaltar em versos a instituição e suas conquistas. “Essa é a Ufersa, que segue premiada, e tem mostrado a sua cara. No semiárido do mundo, ela é mesmo a melhor, não tem igual!”
Além de convidar os participantes a apresentar a universidade para os futuros discentes, a reitora revelou a conquista de um avião para a instituição, que colaborará com o curso para pilotos.