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Comunicação

Pesquisa estuda efeitos do uso de herbicidas em espécies da caatinga

Pesquisa 8 de novembro de 2023. Visualizações: 658. Última modificação: 08/11/2023 16:28:46

O doutorando Arthur Allan Sena de Oliveira, do Programa de Pós-graduação em Manejo de Solo e Água da Ufersa. Foto: Assecom.

Com a finalidade de avaliar os impactos provocados pelo uso de herbicidas em espécies da caatinga, o pesquisador Arthur Allan Sena de Oliveira analisa de que forma o uso de agrotóxicos na agricultura afeta algumas plantas por meio da contaminação indireta, a chamada de deriva de herbicida. O estudo faz parte de seu curso de doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Manejo de Solo e Água da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (PPGMSA/Ufersa).

“Os cultivos próximos às áreas de preservação permanente podem ocasionar prejuízos ambientais devido ao transporte de produtos aplicados nas lavouras”, comenta Arthur Allan de Oliveira, que analisa o efeito do uso de agrotóxicos em dez espécies de plantas que vivem na Caatinga. “Essa situação pode se agravar, especialmente quando os produtos transportados são herbicidas, substâncias utilizadas para controlar as plantas daninhas que podem prejudicar as culturas agrícolas”.

O pesquisador Daniel Valadão, que orienta a pesquisa. Foto: Assecom.

A fase inicial do estudo é conduzida na Casa de Vegetação, localizada no campus Leste de Mossoró. Foto: Assecom.

A deriva de herbicida pode ser observada quando uma planta que não é alvo do produto acaba sendo contaminada por meio de gotas ou de vapor. Além das espécies de plantas próximas, a deriva de herbicida também pode atingir fontes de águas. Na pesquisa, que é orientada pelo Daniel Valadão Silva, a presença dessas substâncias em corpos hídricos subterrâneos também é investigada.

“A pesquisa fornecerá a base necessária para que estudos futuros possam desenvolver estratégias de proteção nas áreas da Caatinga, contribuindo significativamente para a preservação da flora desse bioma,” enfatiza o doutorando.

O orientador da pesquisa, professor Daniel Valadão, acrescenta que as informações obtidas têm um valor substancial no entendimento do impacto real dos herbicidas. Ainda segundo Daniel Valadão, os dados coletados “têm o potencial de orientar a formulação de políticas públicas voltadas para a proteção de nossos preciosos biomas, com destaque para a Caatinga”.

Planta com herbicida apresenta folhas murchas, características de epinastia. Foto: arquivo pessoal/cedida.

Planta da espécie Ipê se desenvolvendo sem contaminação por herbicidas. Foto: arquivo pessoal/cedida.

A fase inicial do estudo é conduzida na Casa de Vegetação, um ambiente controlado que atua como um laboratório ao ar livre, situado no campus Leste da Ufersa, em Mossoró. Nesta etapa, os herbicidas 2,4-D e dicamba são aplicados em 10 espécies distintas da Caatinga, e seus efeitos são posteriormente monitorados em laboratórios.

O projeto de pesquisa conta com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte (Fapern).