Em uma cerimônia realizada no dia 16 de setembro, a estudante Amanda Freitas, do curso de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), recebeu a faixa preta do Jiu-Jitsu. A conquista veio após anos de dedicação: quando chegou ao campus de Mossoró, em 2019, Amanda já tinha a faixa roxa. “Da faixa roxa até a preta, todo o treinamento eu fiz na Ufersa”, lembra ela, que faz parte do projeto de extensão prática de Jiu-Jitsu da universidade, criado em 2013 e coordenado pelo médico veterinário João Marcelo Antunes.
“É um grande acontecimento nacional para o Jiu-Jitsu formar uma mulher faixa preta”, celebra João Marcelo, que é filiado à Brazilian Top Team (BTT). No final de 2022, ocorreu também a graduação dos primeiros atletas formados pelo projeto de extensão da Ufersa: Jorge Edison Fernandes e Kainã Vieira Dantas, que são alunos egressos do campus de Mossoró. A graduação de uma mulher com a última faixa do Jiu-Jitsu, no entanto, só aconteceria alguns meses mais tarde.
“A sensação é indescritível”, conta Amanda Freitas. “Todo mundo que treina imagina que um dia vai alcançar essa conquista, então o meu sentimento foi de gratidão, de ter alcançado algo que siginificava muito para mim”. Amanda também destaca que, a partir da sua graduação, as alunas da equipe feminina de Jiu-Jitsu da Ufersa passaram a contar com uma professora faixa-preta. “Eu vi uma oportunidade de dar para as minhas alunas algo que eu nunca tive e que é bem raro de acontecer”.
A possibilidade de passar os conhecimentos sobre Jiu-Jitsu para outras mulheres motiva Amanda Freitas a continuar se dedicando como professora. “Quando eu comecei a dar aula de Jiu-Jitsu na Ufersa eu vi qual era o meu propósito”, afirma ela. “Eu comecei a mudar a vida de muitas outras mulheres do mesmo jeito que o Jiu-Jitsu mudou a minha. Então isso fez com que eu continuasse”.
Projeto de extensão
Os treinos de Jiu-Jitsu na Ufersa acontecem de segunda a sexta-feira, sempre às 18h30, no Ginásio localizado no campus Leste de Mossoró. O treino exclusivo para mulheres ocorre às quartas e sextas, enquanto nos demais dias funciona uma turma mista. “Atendemos pessoas da comunidade interna e externa” – afirma João Marcelo – “até por se tratar de um esporte bem democrático, que só exige um kimono e muita dedicação”.