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Comunicação

Pesquisa da Ufersa concorre a prêmio mundial de dessalinização

Extensão, Inovação, Pesquisa 12 de setembro de 2023. Visualizações: 665. Última modificação: 12/09/2023 11:55:30

Cultivo de plantas e hortaliças com aproveitamento de rejeitos de dessalinização em Serra Mossoró. Foto: arquivo pessoal/cedida.

Uma pesquisa que beneficia diretamente três comunidades rurais do Rio Grande do Norte com tecnologias que promovem o uso adequado dos rejeitos gerados pelo processo de dessalinização é finalista do Prémio Global para Inovação na Dessalinização da Água (GPID, na sigla em inglês). Idealizada e coordenada pelo professor Nildo Dias, da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), a pesquisa foi iniciada em 2009 e beneficia os moradores de Boa Fé, na cidade de Campo Grande (RN); do Assentamento Santa Elza e de Serra Mossoró, ambos localizado em Mossoró (RN).

“São várias investigações sobre a dessalinização”, detalha o professor Nildo Dias, que irá participar da cerimônia de premiação na Arábia Saudita, entre os dias 01 e 03 de outubro. “São pesquisas para destinar adequadamente o rejeito salino dos dessalinizadores em comunidades rurais como, também, estudos sobre os impactos ambientais do descarte do rejeito salino e avaliação da eficiência do uso das membranas de osmose reversa no processo da dessalinização”, complementa o pesquisador.

A tecnologia criada ao longo da pesquisa permite o aproveitamento de todo o rejeito gerado no processo de dessalinização. Além da água potável que chega aos moradores, as comunidades se beneficiam com a criação de peixes, com o cultivo de plantas e hortaliças e com a alimentação de animais. “No Brasil é muito difícil fazer pesquisa e formar pesquisadores, especialmente quando se busca desenvolver pesquisas e tecnologias com o propósito de transformar uma realidade social”, avalia Nildo Dias. “Muitas vezes, as instituições de fomento ou as empresas valorizam outros tipos de ciências e, o que realmente interessa para as instituições são as publicações em revistas de alto impacto, desprezando, por exemplo, as tecnologias sociais”.

Criação de peixes é uma das possibilidades da pesquisa, que permite o aproveitamento de todo o rejeito gerado no processo de dessalinização. Foto: arquivo pessoal/cedida.

Resultados da pesquisa

O trabalho que vem sendo executado nas cidades de Campo Grande e Mossoró segue uma linha de pesquisa desenvolvida pelo professor Nildo Dias no programa de pós-graduação em Fitotecnia da Ufersa. À medida que foi sendo desenvolvida, a pesquisa contou com financiamento da ONG IAB Brasil, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Banco do Nordeste.

Os resultados de maior impacto desse trabalho são observados nas comunidades atendidas, que passam a contar com uma cadeia sustentável de aproveitamento do rejeito da dessalinização. Já do ponto de vista acadêmico, ao longo de 14 anos, foram produzidas quatro dissertações de mestrado, quatro teses de doutorado e seis Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), além de artigos e relatórios.

Pesquisadores e moradores da comunidade de Serra Mossoró beneficiados pela pesquisa da Ufersa. Ao centro, de pé, camisa branca, usando óculos e sem boné, o pesquisador Nildo Dias. Foto: arquivo pessoal/cedida.

O prêmio

O Global Prize Innovation in Desalination (GPID), ou Prémio Global para Inovação na Dessalinização da Água, reconhece e recompensa os melhores pesquisadores do mundo que contribuem significativamente com a tecnologia de dessalinização da água salobra. A premiação valoriza iniciativas que inspiram outras pessoas a buscarem soluções sustentáveis para o uso da água e para a promoção da segurança hídrica.

Durante a cerimônia de premiação que será realizada no início de outubro, a pesquisa mais bem colocada receberá o valor US$ 100.000, enquanto as pesquisas vencedoras das demais categorias receberão uma Medalha de Impacto e um prêmio de US$ 50.000 cada uma. Além disso, os vencedores do GPID e da Medalha de Impacto terão acesso a um programa de treinamento de 12 meses a ser realizado no Reino da Arábia Saudita.

“Independentemente do resultado final, já é muito gratificante poder participar da cerimônia de premiação, pois representa a recompensa de um esforço e dedicação pela pesquisa e a inovação tecnológica”, afirma Nildo Dias.