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Comunicação

Ufersa conquista patente por Barra de Cereal à base de Tamarindo e Malte de Cevada

Inovação, Pesquisa 7 de julho de 2023. Visualizações: 1101. Última modificação: 10/07/2023 10:03:58

A preocupação ambiental em torno do resíduo do malte de cevada gerado no processo cervejeiro, motivou um grupo de pesquisadores do Departamento de Ciências Exatas e Naturais, do Campus Pau dos Ferros, a encontrar uma alternativa para o seu descarte. A iniciativa resultou na utilização do resíduo do malte chocolate como ingrediente na produção de barras de cereais, acrescido do fruto Tamarindo.

O alimento desenvolvido pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) acaba de receber Carta de Concessão de Patente de Invenção, outorgada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, por 20 anos. A pesquisa foi desenvolvida pelos professores Shirlene Kelly Santos Carmo e Lino Martins de Holanda Jr.; juntamente com a egressa Denise Kauanny de Araújo Rosendo. O consumo de barras de cereais é crescente em todo o mundo, devido sua praticidade, fácil consumo, transporte e pelas propriedades funcionais

Os pesquisadores defendem que a barra de cereal à base de resíduo de malte de cevada com adição de tamarindo traz uma proposta de potencial inovador ao mercado, por se tratar de um alimento saudável e com propriedades benéficas ao organismo. O produto apresentou um teor de proteína de 7,31 ± 0,20, considerando-a como “fonte de proteína”, conforme a resolução RDC nº 54/2012. Em relação a análise sensorial, o produto apresentou uma aceitabilidade de quase 87% em relação a intenção de consumo.

De acordo com a equipe da pesquisa, esse público considerou a barra de cereal com um diferencial das já existentes no mercado, em especial, pelo “azedinho” característico da Tamarindo. O resíduo da cevada, por sua vez, tem alto teor nutritivo devido a sua composição nutricional, no entanto, ainda é pouco reaproveitado, salvo os casos em que é utilizado como ração para animais.

Essa é a segunda patente conquistada pela Ufersa e é resultante do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Processos e Análises Químicas – GPAQ, criado em 2015. A professora Shirlene ressalta o impacto de sustentabilidade da pesquisa. “O GPAQ tem como principal motivação para as suas pesquisas a busca por soluções sustentáveis que viabilizassem o reaproveitamento de resíduos, sejam eles oriundos de processos agroindustriais, ou de rejeitos industriais, que por ventura seriam descartados de forma inapropriada ao meio ambiente. Nesse sentido, a elaboração de novos produtos se torna uma alternativa para agregar valor a estes resíduos, além de contribuir significativamente para Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs)”.

Entre os diferenciais do produto, o professor Lino Holanda destaca a presença da tamarindo no sabor dado à barra de cereal. “A inclusão de uma fruta de sabor marcante como a tamarindo, confere à nossa barra de cereal uma singularidade ímpar, pois, ao contrário dos produtos similares comercializados, que se valem de frutas tradicionais como morango, banana e cacau como complementos, o nosso produto se destaca por apresentar um elemento distintivo. Tal característica reforça ainda mais o potencial inerente a este produto”, pontua o professor.

A pesquisa contou também com a participação Denise Kauanny, hoje profissional formada pela Ufersa, que relata a importância da Universidade para a sua trajetória. “Ao ingressar na universidade almejei sempre mais do que as quatro paredes da sala de aula poderiam me oferecer. Encontrei na pesquisa científica a estrada a percorrer para apropriar-me do conhecimento, capaz de desenvolver habilidades, competência, afiar o senso crítico e estimular a própria criatividade”, compartilha Denise.

Conheça o trabalho desenvolvido pelo NIT da Ufersa.

Relembre a primeira patente conquistada pela UFERSA.