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Comunicação

Pesquisa da UFERSA aponta milheto como mais uma alternativa de produção no Semiárido

Pesquisa, Pós-graduação 13 de dezembro de 2022. Visualizações: 3717. Última modificação: 14/12/2022 10:21:26

Pesquisa envolve duas cultivares de milheto: a forrageira, voltada para o pasto e silagem e, a granífera, voltada para a produção de grãos/Foto: Eduardo Mendonça

Experimento com milheto vai entrar na fase de coleta dos grãos/Foto: Assecom

Ainda pouco conhecida pela maioria dos agricultores nordestinos, o milheto pode se adaptar às condições climáticas da região semiárida. Estudo nesse sentido vem sendo desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), com a pesquisa do doutorando Flávio Sarmento de Oliveira, sob a orientação do pesquisador Francismar Medeiros, com o apoio do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).

Com o título “Produção e marcha de absorção de nutrientes em milheto sobre diferentes níveis de adubação”, o experimento foi montado na Fazenda Escola do Campus Apodi do IFRN, localizado a 80 Km de Mossoró, numa área de 1.344 m². O doutorando trabalha com as duas cultivares de milheto: a forrageira, voltada para o pasto e silagem e, a granífera,  voltada para a produção de grãos. “Temos uma carência de informações sobre a cultura do milheto, principalmente, no que tange a adubação e irrigação por gotejamento no desenvolvimento da cultura, então, optamos por estudar o efeito da adubação, tanto no milheto forrageiro, quanto do granífero e os resultados  preliminarmente são bastantes satisfatórios”, adiantou Flávio Sarmento.

Doutorando de Fitotecnia, Flávio Sarmento/Foto: Assecom

A pesquisa, que acontece em duas etapas, uma no período de estiagem (andamento) e a outra no período chuvoso, previsto para começar no primeiro semestre de 2023. A fase atual começou em setembro e deve ser concluído no final de dezembro. “O milheto, sobretudo, o granífero, pode ser utilizado como farinha para alimentação humana, inclusive, recentemente (2021), a resolução da ANVISA autoriza o consumo de milheto como cereal na alimentação humana”, destacou. Outra alternativa para a utilização do grão é a produção de cerveja, através do processo de malteação.

Com relação ao milheto forrageiro, a pesquisa já constatou produção de 70,42 toneladas de matéria verde por hectares e, de 23 toneladas de matéria seca. Já com relação ao milheto granífero, as expectativas de produção também são boas. Os dados serão conhecidos após a colheita quando serão analisadas a quantidade e a qualidade dos grãos produzidos. “A nossa expectativa é de superar os 2.460 kg de grãos por hectare que é o parâmetro da empresa Agro Norte Pesquisa e Sementes, detentora das cultivares, em Mato Grosso”, adiantou Flávio Sarmento.

Francismar Medeiros orienta pesquisa do doutorando, Flávio Sarmento/Foto: Assecom

Para o pesquisador Francismar Medeiros, que orienta a pesquisa do doutorando da UFERSA, o milheto é uma cultura que pode se adaptar muito bem ao clima do semiárido por exigir pouca água na sua produção. “Um total de precipitação de 300 a 400 mm durante a estação chuvosa já é suficiente para uma boa produção”, pontuou. Outro fator positivo apontado pelo pesquisador é a experiência dos produtores de Apodi que começaram no grande seca, 2012 a 2017, a plantar o milheto em substituição ao arroz como alternativa de produção na região. “A cultivar que é bastante comum na Região do Centro Oeste já observamos que é bastante promissora na nossa região com excelente produtividade”, comemora Francimar Medeiros.

“Toda pesquisa que favorece o desenvolvimento produtivo é importante”, considerou a pró-reitora adjunta de pesquisa e pós-graduado, a professora Liz Carolina Assis, ao visitar o experimento com milheto. “Uma cultura que tem muitas funções desde a parte de recuperação do solo com a reciclagem de nutrientes, como na produção de alimentação animal, no desenvolvimento de áreas para pousio (pasto), por exemplo, enfim, é um trabalho importante o desenvolvimento de cultivares que se adaptem a nossa região”, ressaltou a professora Liz para ratificar a importância da pesquisa voltada para o estudo do milheto produzido no semiárido.

Experimento com a cultura do milheto foi montado na Fazenda Escola do Campus Apodi do IFRN, numa área de 1.344 m²/Foto: Assecom