A pesquisa desenvolvida por Bruno Araújo, médico veterinário e mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), recebeu uma menção honrosa no Encontro Nacional de Patologia Clínica Veterinária (ENPCV), ocorrido nos dias 19 e 20 de novembro.
No total, quatro trabalhos do Grupo de pesquisa em doenças transmitidas por vetores em animais foram aprovados para o evento. O trabalho de Bruno, realizado sob a orientação da professora Juliana Braga e do professor João Marcelo Antunes, tem como título “Diagnóstico de Babesia Vogeli em cães da zona rural de Baraúna, Rio Grande do Norte”.
O projeto busca determinar a ocorrência e a caracterização molecular de diferentes bactérias e protozoários em cães com suspeita de doenças transmitidas por carrapatos na cidade, além de descrever os aspectos epidemiológicos e clínicos relacionados à infecção por esses hemoparasitos nos animais. Os agentes pesquisados estão envolvidos na enfermidade popularmente conhecida como doença do carrapato.
O trabalho foi fruto da participação do grupo de pesquisa em uma ação de vacinação polivalente, organizada pela Tiger Cat Conservation Initiative e pela Escola Estadual de Educação Profissional Profª Elsa Mª Porto Costa Lima. Foram vacinados 75 cães na comunidade Vila Nova I, em Baraúna, com o objetivo de minimizar a transmissão de doenças para felinos silvestres do Parque Nacional de Furna Feia, localizado próximo à comunidade.
Durante a ação, o grupo de pesquisa coletou material biológico dos cães para posterior extração de DNA e pesquisa do material genético dos agentes. “A detecção desse protozoário nesses cães evidencia a possibilidade de que eles possam ser fonte de infecção para novos vetores, cães e até mesmo animais silvestres pertencentes ao Parque Nacional”, explica Bruno Araújo.
O mestrando adiciona que “pouco se sabe sobre a frequência de infecção por esses agentes em mamíferos silvestres no Brasil e no Mundo, diante disso, os dados encontrados nesses trabalhos ressaltam a importância de estudos mais amplos, com o intuito de compreender a dinâmica dessas doenças na região, o impacto nos mamíferos silvestres que habitam o Parque Nacional de Furna Feia e os possíveis papéis como potenciais reservatórios desses agentes para outros animais.”