
Projeto Ciência no Parque objetiva levar o conhecimento produzido dentro da Universidade para ambientes públicos/Foto: Aline Fonseca
Nilo Miguel, de 9 anos, nunca imaginou que poderia ver experimentos químicos diante de seus olhos. A criança, fascinada por ciência, se divertiu junto com muitas outras enquanto assistiam o experimento realizado pelos membros do estande Brincando com a química, no Parque Ecológico Professor Maurício de Oliveira, dentro do Projeto Ciência no Parque, desenvolvido pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que objetiva levar o conhecimento produzido dentro da Universidade para ambientes públicos, com linguagem direcionada para todas as idades.
No sábado, 22, o Ciência no Parque realizou a sua terceira edição, sendo a última do ano. Públicos de diferentes idades vieram participar do evento, lotando a área do Parque Ecológico para aprender um pouco mais sobre ciência.

Mais de 30 atividades científicas foram apresentadas para o público/Foto: Aline Fonseca
A professora Subênia Medeiros atua na coordenação do Projeto, e positivamente expõe a colaboração do público geral. “A população abraça o projeto e vem visitar; e a gente sente a gratidão das pessoas, que vem agradecer pelo trabalho e disponibilidade. Agradecer à UFERSA, que vem aqui no Parque trazer pra população essas atividades que não são fáceis de se ter acesso. Nós, que somos da academia, convivemos com isso no cotidiano, mas as pessoas não”, pontuou. “Então o projeto, na minha interpretação, como membro da sociedade, traz essa porta aberta da UFERSA e das outras instituições, para que as pessoas tenham acesso e consigam perceber a importância do que o que a gente faz lá dentro para o contexto de sociedade”, acrescentou a professora.

Muitas crianças prestigiaram participando das atividades do Ciência do Parque/Foto: Aline Fonseca
PÚBLICO INFANTIL – Com alegria, Nilo Miguel conta a sua opinião sobre o evento, que condiz com as palavras de Subênia. “Eu estou achando muito legal mesmo. Eu tô vendo coisas que eu nunca pensei que veria como literalmente o pedaço de osso de um peixe, a mandíbula de um peixe megalodonte, ou ainda um processo químico na minha frente como na pasta de dente de elefante”, diz Nilo, se referindo por último a um dos experimentos demonstrados no estande Brincando com a química.
Quando perguntado sobre sua atividade favorita no evento, Nilo explica que foi a análise de ossos de peixe com um microscópio. “Eu sempre quis ver alguma coisa no microscópio”, falou.
Estudante de Gestão Ambiental, Emilly Vanessa expressou admiração à proposta do evento, e a interação promovida do público infantil com o meio ambiente. “Tem diversos estantes que mostram animais, o uso do solo para fazer tinta, tudo isso aproxima essa relação. O espaço como o parque municipal já ajuda muito nessa interação de ambiente e humano, que é essencial, pois as crianças estão muito distantes disso”.

Lançamento de foguetes de garrafa pet foi uma das atrações/Foto: Aline Fonseca
DIVERSIDADE – A programação contou com a participação de 22 grupos de pesquisa e extensão da UFERSA, que expuseram 30 diferentes atividades. Leon Denner, médico veterinário e mestrando da UFERSA, integrou o grupo que ministrou a oficina de fitoterápicos com a planta aroeira, onde ensinaram os participantes a produzir um creme antisséptico para cães e gatos. “Percebemos que tanto o público adulto como o infantil tem vindo muito nos prestigiar, mas principalmente as crianças, elas tem se sentido bastante interessadas pela nossa oficina de antissépticos”, explica Leon, ao ser perguntado sobre o principal público da atividade.
Partindo para a área da química, alunos dos cursos de Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo, Ciência e Tecnologia e Administração, sob a orientação da professora Késia Castro, apresentaram reações químicas para o público.
Durante a tarde, o estande esteve “fazendo experimentos químicos com material de baixo custo, como por exemplo, a produção de slime, que as crianças gostam”, diz a professora Késia. “Mostramos que não é só uma brincadeira, mas que acontece toda uma reação química por trás”, explicou.

Muitos aproveitaram para visualizar o céu/Foto: Aline Fonseca
No turno da noite, a programação contou com palestras e observação astronômica através de telescópios. Filas eram formadas em frente aos telescópios ainda durante sua montagem, reunindo adultos e crianças interessados em conhecer mais um pouco do céu.
Em suas três edições, o Ciência no Parque forneceu à população geral a chance de ter um maior contato com a ciência e o meio ambiente. Com exposições, experimentos e palestras, a comunidade pôde conhecer as pesquisas desenvolvidas na UFERSA, e desenvolver curiosidade pelos projetos futuros.