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Comunicação

Pesquisa identifica ocorrência patógenos de ostras pela primeira vez no Rio Grande do Norte

Pesquisa, Pós-graduação 26 de setembro de 2022. Visualizações: 350. Última modificação: 27/09/2022 13:53:46

O doutorando Célio Rocha durante pesquisa de campo Estuário da Laguna de Guarairas, em Tibau do Sul (foto: arquivo pessoal)

Em sua pesquisa de doutorado, realizada no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da UFERSA (PPGCA), Célio Souza da Rocha se deparou com duas descobertas importantes para a área de Patologia de Organismos Aquáticos. Após coletar amostras de ostras no Rio Potengi, localizado em Natal, e na Laguna de Guaraíras, em Tibau do Sul, o doutorando identificou a ocorrência de protozoários até então só registrados nos Estados da Paraíba, Sergipe, Bahia e Santa Catarina. Uma das espécies que afeta as ostras é chamada de Perkinsus Marinus. Por conta do dano potencial que pode causar às espécies hospedeiras e à cadeia produtiva da ostra, o Perkinsus marinus é de notificação obrigatória junto à Organização Mundial para Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês).

Laboratório de Patologia de Organismos Aquáticos (Labpoa) do campus de Aracati do IFCE foi um dos locais onde a pesquisa foi realizada (foto: arquivo pessoal)

“Foi realizado um amplo estudo de avaliação da sanidade de ostras dos estuários do rio Potengi, em Natal, e da Laguna de Guarairas, em Tibau do Sul, que envolveu avaliação macroscópica, incubação em meio de cultura, histopatologia, esporulação in vitro e diagnósticos moleculares que nos permitiram confirmar a ocorrência desses protozoários”, detalha Célio. “Identificarmos duas espécies distintas infectando as ostras nativas, dentre elas o Perkinsus marinus“.

Na UFERSA, Célio Rocha é orientado desde 2018 pelo professor João Marcelo Azevedo de Paula Antunes. Mas o doutorando destaca que, juntamente com a estrutura oferecida pela universidade, foi realizada também uma parceria com o campus de Aracati do Instituto Federal do Ceara (IFCE). “Este trabalho teve a co-orientação da professora doutora Rachel Costa Sabry, do Labpoa, que é o Laboratório de Patologia de Organismos Aquáticos do do IFCE campus Aracati”, destaca Célio. “Ela é uma referência nacional em patologia de organismos aquáticos e foi a primeira pesquisadora a identificar o Perkinsus sp. no Brasil”.

Além da colaboração com o campus de Aracati do IFCE, parte da pesquisa foi realizada no Centro de Diagnóstico de Enfermidades de Organismos Aquáticos (CEDECAM), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC). No CEDECAM, que fica localizado no Instituto de Ciências do Mar (Labomar), em Fortaleza (CE), Célio Rocha pôde fazer as análises moleculares necessárias para a pesquisa.

Apesar de ter confirmado a presença destes dois protozoários em estuários do Rio Grande do Norte, Célio Rocha afirma que, até o momento, não foram observados prejuízos à cadeia produtiva da ostra no Estado. “Durante todo o período de monitoramento dos estuários, que foi de 2018 a 2022, o registro dessa espécie não teve nenhuma ligação com casos de mortalidade nem em bancos naturais nem em cultivos assim como nos demais registros brasileiros”, afirma. “Nós já realizamos a notificação ao órgão de defesa sanitária do Estado do RN, o IDIARN, que irá proceder com o atendimento e realizar os monitoramentos”.