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Comunicação

Parceria vai viabilizar produção de pitaya por agricultores familiares

Pesquisa, Pós-graduação 23 de fevereiro de 2022. Visualizações: 2015. Última modificação: 23/02/2022 08:55:09

Ideia é implantar uma unidade demonstrativa no campo junto a agricultores familiares da localidade Serra Mossoró/Foto: Assecom

Depois de constatar a viabilidade da produção de pitaya consorciada com o cultivo de tilápia, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido vai levar essa tecnologia para pequenos agricultores do assentamento Serra Mossoró, zona rural do município. A iniciativa será através de parceria entre a UFERSA, a Secretaria Municipal de Agricultura, o SEBRAE e a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte – FUNCERN.

Entendimentos nesse sentido já estão sendo viabilizados entre os pares. A ideia é implantar uma unidade demonstrativa no campo junto a agricultores familiares da localidade Serra Mossoró. O secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do município de Mossoró, o médico veterinário Faviano Moreira, visitou a área experimental da pesquisa com a cultura da pitaya, no Pomar da UFERSA, localizada no Campus Sede, em Mossoró.

Prof. Vander Mendonça iniciou pesquisas com pitaya na UFERSA/Foto: Assecom

A pesquisa envolve a união de duas áreas distintas: a fruticultura e a aquicultura. A água que é usada para a criação de peixes, no caso a tilápia vermelha (outro experimento com água salobra na Universidade) é reutilizada para a produção da pitaya, uma fruta que tem grande potencial econômico, mas com baixa produção na região do Semiárido. Esta alternativa pode ser muito viável devido à escassez hídrica, além de sustentável.

“Dependendo da técnica empregada, a água para criação da tilápia precisa ser frequentemente renovada e, portanto, nesse caso gera possibilidade de reaproveitamento para o fomento da nova cultura”, coloca o professor de engenharia de pesca, Marcelo Tubarão, co-orientador da pesquisa sobre a criação da tilápia vermelha em água salobra, na dissertação de mestrado defendida em 2019 (https://bit.ly/3H4ni08).

Experimento com pitaya no Pomar da UFERSA provou viabilidade da cultura no semiárido/Foto: Assecom

Para justificar a parceria, o professor Marcelo Tubarão coloca que o grande desafio é fazer com que os resultados produzidos pela Universidade cheguem às propriedades rurais. Ele ressalta também a importância da integração entre cursos dentro da própria instituição como nesse caso a agronomia e a engenharia de pesca: “estamos ousando em levar o conhecimento, além dos muros da universidade”, pontuou.

O professor explica que os produtores familiares têm que entender o processo e aprender todo o manejo, tanto da criação do peixe, quanto do cultivo da pitaya. “É com a apropriação desse saber por parte dos produtores que promoveremos o desenvolvimento rural no semiárido”, acredita Marcelo Tubarão.

O professor Vander Mendonça, responsável pelo Pomar da UFERSA e coordenador da pesquisa com pitaya, também compartilha com o mesmo pensamento. “Não adianta a universidade fazer a pesquisa e o conhecimento não sair daqui. Aquilo que estamos testando com resultados promissores tem que chegar ao produtor”, expressou, alegando que a finalidades das pesquisas vão mais além da publicação de artigos científicos.

Segundo o professor Vander a pitaya é uma cultura de fácil manejo que pode ser implantada em pequenas áreas e gerar retorno financeiro promissor para a agricultura familiar. A criação da tilápia vermelha, defendida pelo professor Tubarão (https://bit.ly/3BIn1ig) e a pesquisa com a pitaya, coordenada pelo professor Vander (https://bit.ly/3p4qyCK), já constataram viabilidade para produção na região .

Secretário de agricultura Faviano quer levar pitaya para zona rural de Mossoró/Foto: Asssecom

VIABILIDADE – O sucesso nos resultados das duas pesquisas despertou o interesse do secretário de agricultura de Mossoró, Faviano Moreira, para implantar uma unidade demonstrativa, que será por meio do Programa de Assistência Técnica Mossoró Rural. “Estamos aliando a possibilidade de implantação para oportunizar mais uma alternativa de renda para os agricultores familiares da comunidade Serra Mossoró”, adiantou.

Para esse trabalho, a UFERSA vai prestar as informações e a assistência técnica, através de projeto selecionado no edital Plataforma Sabiá, além das mudas de pitaya e alevinos de tilápia vermelha. Para os agricultores familiares haverá suporte das técnicas de irrigação dos pés de pitaya, além dos manejos da cultura. Já a Prefeitura proporcionará o acompanhamento técnico através do Programa Mossoró Rural. “A nossa meta é expandir a iniciativa para outras áreas rurais de Mossoró, unindo o conhecimento que é gerado na UFERSA, aliando a vontade do produtor para implantar, as condições de solo e água e, com o apoio da Prefeitura”, adiantou o secretário Faviano acreditando num resultado de muitos frutos.

AGRICULTOR FAMILIAR – Entusiasmado com a novidade, o agricultor familiar Francisco Luz França, do Sítio Serra Mossoró, terá uma unidade demonstrativa na sua pequena propriedade onde já cultiva algumas frutíferas como: mamão, graviola e goiaba e hortaliças variadas. Ele diz que já trabalhou com a criação de tilápia, acreditando que não terá dificuldades para assimilar os novos procedimentos. “Acho que dará certo, uma alternativa viável”, expressou.

Luana, doutoranda e, Antônio Franca, agricultor familiar, acreditam no potencial da pitaya/Foto: Assecom

CONHECIMENTO – Quem demonstra satisfação com o resultado da pesquisa com pitaya é a doutoranda Luana Mendes, orientanda do professor Vander Mendonça. “Estou realizando o sonho de todo pesquisador que é desenvolver um trabalho e levá-lo para a prática dos produtores”, afirmou, acrescentando ser essa a missão dos pesquisadores que estão na Universidade: “encontrar alternativas com oportunidades viáveis de produção representa uma satisfação gigantesca”, opinou.

Outros estudos já estão sendo viabilizados. É o caso da pesquisa da mestranda Raíres Freire sobre os diferentes níveis da salinidade para a produção de mudas de pitaya. A discente ingressou recentemente no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da UFERSA. “Na graduação me interessei pela cultura da pitaya por acreditar no potencial produtivo da fruta na nossa região por ter baixo custo e valor agregado”, adiantou.