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Comunicação

Documentário Solo Negro tem pré-estreia em Portalegre dando visibilidade às comunidades quilombolas

Arte e Cultura, Extensão, Responsabilidade Social 22 de dezembro de 2021. Visualizações: 911. Última modificação: 22/12/2021 15:57:12

Documentário produzido pela equipe de comunicação da Ufersa retrata a vida dos moradores das comunidades Quilombolas de Portalegre/Foto: Iwry Gomes

Cerca de 200 pessoas assistiram a pré-estreia/Foto: Iwry Gomes

Como forma de dar mais visibilidade às comunidades remanescentes de quilombolas de Portalegre, município da região serrana do Rio Grande do Norte, a equipe da Assessoria de Comunicação da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) produziu um documentário contando a história desse povo. A pré-estreia aconteceu na última segunda-feira, 20, de forma exclusiva, no Sítio Pêga, uma das comunidades quilombolas em que ocorreram as gravações. A programação envolveu desde a doação de brinquedos para as crianças da comunidade a apresentações culturais do lugar.

Levando o nome de “Solo Negro”, o filme nasceu a partir da visita realizada em setembro pelo Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Paulo Roberto, às comunidades. Nesse momento, o diretor e chefe de comunicação da Ufersa, o jornalista Passos Jr, percebeu a importância de dar mais destaque a esse povo e resolveu fazer um resgate de sua memória. “É um misto de satisfação e emoção concluir um trabalho e trazê-lo para apresentar à comunidade quilombola daqui de Portalegre.”, relatou.

Reitora Ludimilla Oliveira prestigiou o lançamento/Foto: Iwry Gomes

A pré-estreia se concretizou com a contribuição de vários setores da Ufersa, que se empenharam para que o evento deixasse sua marca no Sítio Pêga e cumprisse seu propósito. “Ficamos muito satisfeitos com a receptividade dessas pessoas, tanto que nós também pretendemos fazer algum projeto aqui dentro dessa comunidade”, afirmou Giorgio Mendes, coordenador do Setor de Mudas da Ufersa. O setor foi responsável pela doação de brinquedos às crianças da comunidade, uma extensão da Campanha Natal Sustentável com a troca de um brinquedo por uma muda de planta.

Autoridades marcaram presença no lançamento, incluindo a Prefeitura, com a participação do secretariado municipal de Portalegre, e da Ufersa com a presença da reitora, professora Ludimilla Oliveira; da chefe de gabinete, professora, Claúdia Muniz e, do pró-reitor de Assuntos Estudantis (Proae), Julio César Rodrigues. A chefe de gabinete do prefeito de Portalegre, Poliana Nara de Oliveira Bezerra, elogiou a iniciativa da Universidade. “A história de Portalegre é marcada pela história das comunidades quilombolas e esse documentário traz uma contribuição muito grande ao dar visibilidade a essas pessoas, e é também um excelente material didático que a gente já observa a possibilidade de ser trabalhado nas nossas escolas”, pondera Poliana.

Dona Aldezes agradeceu de coração/Foto: Iwry Gomes

A reitora, professora Ludimilla Oliveira, que acompanhou todo o processo de desenvolvimento do documentário, também compareceu à première. “O documentário trouxe a alma, a identidade e a memória e, acima de tudo, eternizou momentos e a história de uma comunidade que precisava ser contada.”, expressou se colocando à disposição para que mais produções e projetos sejam feitos nas comunidades.

Dezessete personagens concordaram em compartilhar suas histórias e vivências em frente às câmeras, inclusive dona Aldizes da Conceição Bessa, uma das moradoras mais antigas do Sítio Pêga. Com quase noventa anos, a anciã foi uma das personagens principais do filme e compartilhou a sensação de se ver pela primeira vez em uma tela. “Muito obrigada por tudo que vocês fizeram e tudo que apresentaram. Foi de coração para coração. Meu coração ficou alegre hoje. Eu fiquei com muita alegria de ver todo mundo aqui no nosso setor”, declarou.

Dona Alzerina, do Arrojado, demonstrou emoção ao assistir Solo Negro/Foto: Iwry Gomes

Além do Pêga, outra comunidade também foi cenário do filme. Moradores do Arrojado contaram suas histórias e foram prestigiar a pré-estreia. “Achei muito lindo, foi uma coisa muito importante aqui na nossa comunidade, que é uma só. Coisas que a gente nunca viu, porque nós nunca assistimos essas coisas, nunca teve quem se interessasse para fazer isso para a gente e eu adorei, foi um encanto”, opinou dona Alzerina Alves Ribeiro, demonstrando a invisibilidade social que sua comunidade ainda vivencia.

O encerramento do evento teve como atração declamações de poesia e apresentação do grupo cultural Negritude Serrana. O grupo é formado por artistas locais. Após o sucesso da pré-estreia, a expectativa agora é para o lançamento oficial do filme “Solo Negro”, que deve acontecer em breve, e ficará disponível para toda a população.

Diretor Passos Júnior alerta para o compromisso social da Universidade/Foto: Iwry Gomes

“Esse é o compromisso social da universidade, dar visibilidade às comunidades quilombolas, mostrar o compromisso que a universidade tem com esses jovens, uma universidade que já abraça muitos estudantes, mas que precisa cada vez mais incluir os jovens negros para se discutir políticas sociais e, consequentemente, alcançar melhorias para essa população que ainda sofre os resquícios da escravidão, tendo como um dos exemplos, as comunidades quilombolas, a periferia das cidades, enfim, a população de pele negra que na sua maioria ainda é carente de políticas públicas básicas”, finalizou o diretor Passos Júnior.

O Setor de Comunicação também levou uma exposição de fotografias com o registro dos bastidores do documentário Solo Negro. O registro foi feito pela estagiária de jornalismo da Assecom, Rachel Amorim. O documentário é um produto de extensão cadastrado na Pró-reitoria de Extensão e Cultura da Ufersa.

Equipe do documentário Iwry Gomes (Artes), Passos Júnior (Diretor e Roteirista), Eduardo Mendonça (Imagens), Carlos Adams (Roteiro e Produção), Diego Farias (Edição e Sonoplastia) e Rachel Amorim (Assistente de produção e Fotógrafa)/Foto: Assecom