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Comunicação

Ufersa representa região Nordeste em Projeto Piloto do MEC para Redução da Evasão

Ensino, Gestão, Inovação 17 de agosto de 2020. Visualizações: 2217. Última modificação: 18/08/2020 08:14:01


A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) é uma das seis instituições de ensino superior do país convidadas a participar de um projeto de pesquisa piloto financiado pelo Ministério da Educação (MEC) que visa a redução da evasão. Única universidade advinda da região Nordeste, a Ufersa compõe o grupo de trabalho juntamente com a UFSCAR, UNIPAMPA, UNIFEI, UFPA e a UFG, responsável por coordenar o projeto que desenvolverá um modelo de aplicação da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta metodológica para apoiar gestores educacionais com relação ao controle, monitoramento e combate à evasão escolar a partir da análise dos dados armazenados nos sistemas acadêmicos utilizados por universidades, faculdades e institutos de ensino. A reunião de abertura dos trabalhos deste grupo de pesquisa foi realizada no último dia 13 de agosto, na qual a Ufersa foi representada pelo reitor Prof. Dr. José Arimatea de Matos, pelo Prof. Dr. Walter Martins Rodrigues (DCME) e pelo estatístico Kássio Camelo. O professor Walter realiza pesquisas no combate a evasão e retenção desde 2009 na Ufersa e Kássio é responsável pelo tratamento estatístico dos dados de evasão da Universidade em suporte à Pró-reitoria de Graduação (Prograd).

De acordo com o professor Walter Martins, a evasão escolar é uma preocupação geral das instituições de ensino e de órgãos governamentais de controle, e vem sendo tratada como assunto de diversas pesquisas acadêmicas, nas suas diversas modalidades de ensino. “A evasão escolar é um problema público educacional que tem atingido diversas camadas escolares e prejudicado socialmente a população por ser um problema de ordem pública e que gera exclusão escolar e, consequentemente, atraso ao processo de crescimento e desenvolvimento do país. Com a Ufersa não é diferente. A nossa instituição trabalha no sentido de reverter o problema, desta forma a Universidade se engajará em um projeto piloto financiado pelo MEC que visa explorar a tecnologia de ponta na área de matemática, estatística e computação para gerar ferramentas para essa luta de combate a evasão”, ressaltou o docente.

O projeto objetiva transformar dados em informação bem trabalhada, e estas em conhecimento que permitam mais do que entender o problema, mas ir além ao fornecer possibilidades de antecipar os principais desafios da evasão. Tudo a partir da mineração de dados, bom uso da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e o uso da Inteligência Artificial. Para o docente, este estudo pode proporcionar às organizações uma atuação ágil e inteligente. “Em todo o sistema educacional brasileiro, em seus diversos níveis e modalidades, a evasão escolar tem atingido desde a educação básica até a superior, gerando prejuízos sociais, econômicos, políticos, acadêmicos e financeiros a todos os envolvidos no processo educacional, desde o estudante até os órgãos governamentais. Diagnosticar suas causas, compreender como esse processo ocorre nas instituições de ensino e conhecer a visão dos gestores educacionais sobre este problema pode auxiliar na compreensão deste fenômeno social e nas ações preventivas para sua redução”, explicou o professor.

O docente ressalta que a evasão é um grande problema que muitas vezes só é conhecido depois que ocorre. Por isso é fundamental entender quais motivos costumam elevar as taxas de evasão escolar. No ensino superior, vê-se um grupo heterogêneo, que conta tanto com a presença de jovens sustentados pela família quanto por alunos independentes financeiramente. Em ambos os casos, é deles que parte a iniciativa de permanecer ou não na instituição, ainda que a decisão final eventualmente recaia sobre algum provedor. No caso das instituições de ensino superior, os principais motivos da evasão podem ser de diferentes ordens: fatores econômicos; fatores acadêmicos; problemas com prestação do serviço; descontentamento com o atendimento pedagógico e administrativo; problemas de relacionamento entre alunos e professores; queixas a respeito das instalações; distância da moradia e dificuldade de conciliar estudo e trabalho.

“Todavia, nem sempre é tão óbvio prever a existência desses cenários na instituição. Por isso, é preciso haver estratégias de gestão, de preferência apoiadas pela tecnologia. Nesse sentido uma poderosa ferramenta para ajudar no estudo da retenção e evasão de alunos é a Inteligência Artificial que permite não só entender as causas do problema, mas também organizar ações preventivas, aprimorar um contato ágil de acompanhamento do estudante em tempo real, por meio de sistemas associados à Inteligência Artificial e a um software de gestão acadêmica de qualidade, no qual seja possível mensurar esses indicadores e saber antecipadamente quais alunos têm maior propensão a deixar a escola e por quê. Nesse sentido, o projeto contará com o suporte do Centro de Excelência de Inteligência Artificial da UFG”, pontuou o professor Walter.

O modelo que será desenvolvido possibilitará que a instituição de ensino seja capaz de estabelecer estratégias de relacionamento com alunos e pais, prevenindo a evasão e ampliando a fidelização desse público, bem como viabilizará a construção de softwares de gestão acadêmica que otimizem processos, organizem, centralizem e registrem informações de todo o cotidiano escolar, gerando um grande volume de dados que mesclarão informações administrativas e acadêmicas relacionadas a cada aluno. Neste sentido, os gestores terão condições de realizar diversas medidas benéficas de forma a antecipar ações de retenção a partir do conhecimento de padrões de comportamento e tendências, obtidos da mineração de dados, para que as instituições consigam uma previsão da iminência de evasão e possam lançar estratégias contínuas de combate ao problema, trabalhando não só a predição, mas, a partir da inteligência artificial, conseguindo gerenciar ações em tempo real de acompanhamento dos estudantes.