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Comunicação

Encontro traz poesia popular para produção de textos

Ensino 2 de dezembro de 2019. Visualizações: 1144. Última modificação: 02/12/2019 14:13:10

Encontro aconteceu dentro da disciplina Oficina e Produção de Textos, ministrada pela professora Ady Canário, para os alunos do 3º período da Ledoc/Foto: Eduardo Mendoça

Um encontro da poesia popular com os estudantes da Licenciatura Educação do Campo da Universidade Federal Rural do Semi-Árido possibilitou aos futuros educadores conhecer com mais profundidade o contexto da produção da literatura de cordel. A ação aconteceu na manhã desta segunda-feira, 02, dentro da disciplina Oficina e Produção de Textos, ministrada pela professora Ady Canário, para os alunos do 3º período da Ledoc.

Ady Canário, professora da Ledoc/Foto: Eduardo Mendonça

“A importância é estimular a produção da leitura e da escrita dos futuros professores do campo que estão em formação trazendo a valorização das práticas de letramento do campo” justificou. Ady adiantou que a disciplina também desenvolve o Projeto “Sarau Vozes do Campo” voltado para estimular a produção desse gênero literário. “A exemplo dos poetas que estão aqui os alunos vão conhecer modelos da literatura de cordel – místicas, cordéis, contos, repentes, fábulas, canções – para produzirem sues próprios textos” explicou. O Sarau vai acontecer no dia 20 de janeiro, no Auditório da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. “Cada grupo vai produzir e ser autor de um gênero discursivo” pontuou.

Para o poeta cordelista mossoroense, Nildo da Pedra Branca, estar no ambiente universitário divulgando a literatura popular é de grande importância. “A poesia me traz para esse espaço valoroso que é a Universidade significa que a poesia popular é maior que toda a discriminação que as pessoas falam” afirmou o poeta que começou a gostar das rimas por influencia da mãe dele que até hoje, com mais de 80 anos, é uma apaixonada por cordéis. “Mesmo antes de ser alfabetizado sempre tive facilidade de decorar os cordéis” confessou.

Poeta cordelista Nildo da Pedra Branca/Foto: Eduardo Mendonça

Para o poeta, a técnica e tão importante quanto à inspiração para escrever uma história em cordel. “O cordel não é só rimas, métricas e orações; temos as junções, as preposições, as palavras tônicas, as sextilhas, enfim, as combinações que geram as rimas” explicou o poeta. A memória é outro diferencial de um poeta popular. “Existe uma diferença do cordelista para o violeiro. Os cordelistas escrevem e decoram os versos já os violeiros improvisam na hora diante da plateia”. Nildo diz que quando termina de escrever a história já a tem decorado. “Quando estou fazendo a terceira estrofe eu já tenho decorado a primeira. Na décima as primeiras sete anteriores e assim vai” confessou. A aula terminou com uma verdadeira cantoria de viola com a participação dos poetas Kleber Ferreira e Gualter Alencar. Todos os convidados são membros Academia Mossoroense de Literatura de Cordel.