Estudantes e professores do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido participam hoje e manhã, 01 e 02 de outubro, da Semana Acadêmica de Medicina Veterinária. A proposta é discutir a formatação da nova matriz curricular do curso. A reformulação faz parte de uma resolução do Ministério da Educação tendo em vista a atualização com novas diretrizes. A solenidade de abertura aconteceu nesta manhã, 01, no Auditório Amâncio Ramalho, no Campus Sede da Ufersa Mossoró, com apresentação cultural das crianças e adolescentes do projeto de extensão Robot em Ação, desenvolvido pela Ufersa e a Petrobras.
Na ocasião, a coordenadora do curso, a professora Stênia Amora, ressaltou a importância da participação dos docentes e discentes nesse processo. “A ideia é debater as novas diretrizes curriculares e, a partir dai, por meio de grupos de trabalhos (GTs), apresentar as propostas dos professores e estudantes tendo em vista a realidade do curso de Medicina Veterinária na Ufersa”, considerou.
As novas diretrizes versam sobre ações pedagógicas com base no desenvolvimento de condutas e de atitudes com responsabilidade técnica e social, levando em consideração os quatros princípio da profissão: o respeito ao bem-estar animal, a sustentabilidade ambiental, a ética profissional e, o atendimento as expectativas humanas e sociais no exercício profissional.
ABERTURA – Os ‘Desafios das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais’ foi o tema da palestra de abertura realizada pelo professor convidado, Rogério Martins Amorim, da Universidade estadual Paulista – UNESP/Botucatu. Para o professor o desafio se concentrar na reformulação dos projetos pedagógicos dos cursos com o objetivo de induzir a qualidade do ensino. “As novas diretrizes são importantes uma vez que apontam uma direção mais pragmática que propiciam melhores qualidades para os cursos, como por exemplo, o estágio obrigatório essencialmente prático e, a obrigatoriedade para as escolas de disporem de clínicas e hospitais, bem como de espaços de criação, como fazendas, que podem ser conveniadas”, afirmou Rogério Amorim.
O professor acredita a melhoria da qualidade da formação do médico veterinário perpassa por essas adequações nas escolas que Brasil detém o recorde. “O país tem hoje cerca de 150 mil médicos veterinários em atuação, com um agravante na distribuição desses profissionais se concentrarem na região sudeste” apontou. Para o professor, o aumento do número de escolas de veterinária tem acarretado também uma perda na qualidade da formação profissional.
O professor Rogério Amorim elogiou a iniciativa da Ufersa em promover a discussão sobre a reestruturação do currículo de medicina veterinária com ampla participação da comunidade acadêmica. “Cabe a cada instituição definir, dentro das Diretrizes Curriculares Nacionais, a sua estratégia curricular levando em consideração o perfil dos estudantes, a formação dos docentes, os métodos de ensino-aprendizagem, o processo de avaliação, e a relação professor/alunos” apontou.
MESA – A abertura da Semana Acadêmica de Medicina Veterinária foi bastante prestigiada pelos segmentos que compõem o curso. O reitor da Ufersa, professor José de Arimatea, parabenizou a importância da iniciativa para consolidação da nova grade curricular do curso. “Essa discussão só tem a contribuir para a melhoria do curso de Medicina Veterinária que já tem excelentes resultados na Universidade” considerou.
Representando a classe estudantil, o presidente do Centro Acadêmico, Marcel Praciano, ressaltou a importância dos estudantes participarem do desenvolvimento da nova política pedagógica do curso.
Já o representante do Conselho Regional de Medina Veterinária, o professor Raimundo Barreto, alertou para a importância do médico veterinário com atuar como generalista, desenvolvendo ações na clinica, na sanidade, no bem estar-animal e na produção animal.
Para o presidente do Conselho nacional de Medicina Veterinária, o professor Masahiko Ohi, da UFPR, o avanço tecnológico tem proporcionado mudanças de paradigmas em todas as áreas. “Diferente da minha época, hoje há uma inversão no que se refere ao mercado de trabalho, antes o setor público era quem mais absorvia a demanda de profissionais, diferente de hoje, quando a iniciativa privada mais emprega levando também o profissional a empreender na sua atuação como veterinário”, exemplificou para justificar a importância de a universidade discutir as novas diretrizes para a formação profissional.
A Semana Acadêmica de Medicina prossegue até amanhã, 02, com a discussão dos eixos temáticos pelos grupos de trabalhos. O encerramento será às 15h, com uma assembleia geral para votação e fechamento das propostas que serão apresentadas pela comunidade acadêmica para a reformulação da nova grade curricular do curso de medicina veterinária da Ufersa.