Reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, preside solenidade de formatura de 101 concluintes do Campus Angicos/Foto: Yuri Rodrigues
A maratona de formaturas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido começou nesta quarta-feira, 03, pelo Campus Angicos, com a diplomação de 101 novos profissionais. A maioria, jovens provenientes de diversos municípios do Rio Grande do Norte e estados vizinhos, que a partir de agora passa a contar com o diploma de graduação superior. A solenidade marcou também a primeira década da instalação da Ufersa na Região do Sertão Central.
A exemplo do que aconteceu em 1963, quando o pedagogo Paulo Freire desenvolveu a experiência de alfabetização de Adultos, a cidade de Angicos mostra a cada semestre que a educação pode ser libertadora. São jovens que aproveitam a oportunidade que a grande maioria dos pais deles não teve. Um exemplo de que filhos de donas de casa, agricultores, vigilantes, pedreiros, sapateiros, pequenos comerciantes, subempregados e desempregados podem ingressar e cursar uma universidade federal gratuita e de qualidade.
Os novos profissionais em bacharéis em Ciência e Tecnologia, Sistema de Informação, Computação e Informática, Engenharia de Produção e Engenharia Civil têm pela frente o desafio de conquistar uma colocação no mercado de trabalho com a prerrogativa de que apenas 4,5% dos jovens brasileiros conseguem concluir o curso superior.
Gerbeson Carlos, orador das turmas/Foto: Yuri Rodrigues
DISCURSOS – O sentimento dos concluintes foi expresso nas palavras do orador das turmas de formandos da Ufersa Angicos, Gerberson Carlos Batista Dantas, do curso de Engenharia Civil. “Hoje, acaba a guerra, não, acaba uma batalha. A guerra vai continuar. A guerra é destruir o muro, que nos separa das nossas aspirações, que nos separa das nossas conquistas”, discursou. O arador aproveitou e deixou dois recados para os colegas. O primeiro é que as turmas egressas vão marcar os 10 anos da Ufersa Angicos e, o segundo, que a Ufersa forma os melhores. Durante o discurso, o orador solicitou a presidenta do CREA, Ana Adalgisa Dias Paulino, presente na solenidade, “intensificar a fiscalização das obras que não possuem Anotação Técnica de Responsabilidade”, ou seja, que não possui um profissional engenheiro responsável. E ao reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, ajuda para consolidar o curso de Engenharia Civil na Ufersa Angicos.
Profa. Silvanete Silva, Paraninfa das turmas/Foto: Yuri Rodrigues
Ao falar aos afilhados, a paraninfa das turmas, a professora Silvanete Severino da Silva, egressa da primeira turma de C&T Angicos, lembrou aos formados palavras chaves como invenção, renovação com atitudes; inteligência e audácia na prática profissional. Mudanças e oportunidades também, além da inteligência emocional para enfrentar as vitórias e derrotas que servem como aprendizado. Por fim, um pedido: “acreditem em vocês. Sejam ousados, sejam determinados. Mas também sejam honestos e éticos”, aconselhou a paraninfa.
Aos falar aos concluintes, o reitor da Ufersa José de Arimatea de Matos, ressaltou a importância do Campus Angicos nessa primeira década de funcionamento. Instalado em 2009 num prédio emprestado no Educandário Pe. Félix, com o Bacharelado em Ciência e Tecnologia, com 300 vagas, o Campus conta atualmente com 4.300 alunos e já tendo graduado 909 profissionais com formação superior. “A Ufersa contribui muito para o desenvolvimento da região”, ressaltou acrescentando que hoje são mais 101 profissionais formados, uns vão permanecer para o segundo ciclo, e outros seguiram nas suas carreiras profissionais. O reitor anunciou ainda melhorias estruturais para o campus Angicos como a compra de mais equipamentos para os laboratórios e a construção de uma quadra poliesportiva ainda nesse ano.
Concluintes são de Ciência e Tecnologia, Sistema de Informação, Computação e Informática, Engenharia de Produção e Engenharia Civil/Foto: Yuri Rodrigues
CONCLUINTES – “É a realização de um sonho após todas as batalhas que travamos até chegar aqui”, resumiu Clara Karina Teixeira de Medeiros, concluinte de Engenharia de Produção. Natural de São João do Sabugi, ela tem consciência sobre as dificuldades para o ingresso no mercado de trabalho, porém com otimismo. “Hoje nada tá fácil, mas vamos focar no horizonte, pois a partir de agora não temos limites”, considerou a engenheira de produção que já tem agendada uma entrevista de emprego para os próximos dias.
Para o engenheiro civil recém-formado, Daniel Augusto de Medeiros da Silva, de Currais Novos, o momento é de gratidão. “Com esse diploma eu saio com esse sentimento para com a universidade e de perseverança para sempre buscar o melhor as oportunidades”, afirmou. Na solenidade de formatura, os concluintes de engenharia civil receberam a carteira com o registro profissional do CREA. “É a profissão que tanto almejei, então, é o meu sonho que vai possibilitar agora eu vivenciar a engenharia civil na prática”, opinou Andriele Barros Barbosa ao mostrar a carteira do CREA. A engenheira Simplícia Luana Dantas, de Caicó, também ficou orgulhosa com a conquista. “É um curso bastante árduo, mas nesse momento sentimos como todo esforço foi gratificante”, opinou.
Para os concluintes de Ciência e Tecnologia, a colação de grau representa o recomeço para ingressar em uma dos cursos de engenharia oferecidos pela Ufersa. Moradora do Sítio Riacho da Prata, na Zona Rural de Angicos, Vanessa Karem Pereira de Lima, concluiu C&T e tem vaga garantida no curso de Engenharia Civil no próximo semestre. “Muito importante para mim e para a minha família”, resumiu. Outro concluinte Adilson Marcio Silva Lopes, morador do distrito Serra de Santana, no município de Santana do Matos, a formatura representa uma conquista inicial para o ingresso na Engenharia Mecânica, na Ufersa Mossoró. “É muito gratificante esse momento”, resumiu.