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Comunicação

Pesquisa de estudante da Ufersa traça perfil relacionado aos acidentes de trânsito em Mossoró

Pesquisa 25 de março de 2019. Visualizações: 2999. Última modificação: 25/03/2019 22:19:09

Mapa que mostra onde ocorre mais acidentes em Mossoró. Quanto mais escuro, maior o número de acidentes / Imagem cedida

Rodolfo Formiga, autor da pesquisa / Foto cedida

Mapa que mostra a quantidade de acidentes envolvendo motos. Todos os pontos vermelhos são registros de quedas e colisões envolvendo veículo de duas rodas / Imagem cedida

Que o trânsito de Mossoró é problemático, isso não é novidade, agora entender e avaliar a dimensão e o perfil desse problema são ações pertinentes, porém difíceis de encontrar. Dentro de uma nova proposta de dados, o estudante do curso de Engenharia de Produção da Ufersa em Mossoró, Rodolfo Martins Formiga, pesquisou o perfil dos acidentes de trânsito na segunda maior cidade potiguar a partir da ferramenta SIG – Sistema de Informações Geográficas.

A pesquisa “Aplicação da ferramenta SIG para análise de acidente de trânsito em Mossoró” foi a base para o Trabalho de Conclusão de Curso do estudante, que deve colar grau agora no mês de abril. Rodolfo usou um programa chamado QGIS, que é uma ferramenta SIG, para tratar e apresentar todos os dados levantados no período de 2014 a 2017. O trabalho tomou como base as informações do 2ª Distrito de Polícia Rodoviária Estadual (DPRE), que atua em Mossoró, e também os dados da Secretária Municipal de Segurança, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e trânsito (SEMOB).

De acordo com a pesquisa, de 2014 a 2017, foram registrados 4.745 acidentes na zona urbana do município. Desse total, 25% ocasionaram lesões aos condutores ou passageiros, e 86% desses acidentes com vítimas, envolvendo motocicletas. Os números assustam pela dimensão e também pelos prejuízos pessoais e econômicos causados. Para se ter uma ideia, só com serviços de procedimentos cirúrgicos, para atender as vítimas desses acidentes, o poder público teve que destinar cerca de R$ 1,2 milhão em 4 anos.

A pesquisa do estudante também revelou o horário e os locais com a maior incidência de acidentes em Mossoró. Pelos dados, a área do centro da cidade com as vias de acesso da Presidente Dutra e da Avenida Dix-Neuf Rosado (Leste/Oeste) são as que mais se registram acidentes, principalmente em horários de pico, entre 11 e 12h. Saindo do Centro, a pesquisa também revelou que os bairros Santa Delmira, Planalto, Sumaré e Bela Vista apresentam uma alta incidência de acidentes.

“O objetivo é mostrar a Prefeitura e ao Governo do Estado os pontos críticos de Mossoró de forma que o poder público venha realizar ações como colocar guardas de trânsito nas vias com alto número de acidentes, câmeras de monitoramento, entre outras estratégias”, comentou Rodolfo.

Ainda pelos dados da pesquisa do estudante, os acidentes em Mossoró acontecem mais nos dias de início e próximos ao fim de semana (segunda, terça, quinta e sexta). Já os meses de maior incidência são agosto, outubro e dezembro. Os 4 primeiros meses do ano são sempre os de menor incidência, segundo a pesquisa.

Outra informação apresentada no TCC do estudante, é que dos acidentes com vítimas, 86% são com motociclistas, a maioria homens, dos bairros mais distantes do centro. “Mossoró tem 67 mil motocicletas registradas, o que dá uma moto para cada quatro pessoas. Sabendo desses dados e dos acidentes, verifica-se a necessidade de aumentar a fiscalização de agentes e também aumentar a conscientização”, reforçou Rodolfo.

Além de gerar várias informações, o trabalho do estudante da Ufersa também serviu para catalogar de forma eletrônica boletins de ocorrência e as fichas de internações presentes nos órgãos de trânsito e de saúde no período da pesquisa. Com a orientação dos professores Eric Amaral e Lázaro Lima, a pesquisa de Rodolfo agora deve servir de base para outros estudos de geoprocessamento de dados. O estudante quer continuar abordando o tema na pós-graduação, no mestrado e, depois, no doutorado.

Banca que avaliou o trabalho do estudante. Da esquerda para a direita: professores Eric Amaral, Lázaro Lima, estudante Rodolfo Formiga, e o professor Paulo César Moura / Foto cedida