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Comunicação

Fórum discute Assistência Estudantil para que todos permaneçam na Universidade

Assistência Estudantil 5 de fevereiro de 2019. Visualizações: 1632. Última modificação: 06/02/2019 12:04:53

Reitor da Ufersa,  José de Arimatea, abre Fórum de Assistência Estudantil que visa a discussão da permanência dos estudantes na Universidade/Foto: Passos Júnior

Com a participação da comunidade acadêmica, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido abriu ontem à noite, 04, no Auditório Amâncio Ramalho, no campus sede, em Mossoró, o II Fórum de Assistência Estudantil e a V Semana de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social. A proposta é avaliar as políticas de inclusão e permanência na Universidade. O Fórum possibilita a discussão em Grupos de Trabalhos temas como: moradia estudantil; alimentação; saúde e qualidade de vida; bolsas/auxílios e, inclusão e acessibilidade.  O Fórum se fará presente em todos os campi da Ufersa.

Durante a abertura, o reitor José de Arimatea de Matos, ressaltou a importância da participação dos estudantes na avaliação e planejamento das políticas estudantis da Ufersa. “Hoje contamos com a assistência estudantil e as monitorias como ferramentas importantes para manutenção dos estudantes na universidade”, frisou. O reitor também ressaltou a importância da participação dos estudantes nesse processo de inclusão dos menos favorecidos financeiramente no ensino superior. “Trabalhamos com a transparência dos recursos, daí ser importante a participação dos discentes, pois precisamos avançar ainda mais para garantir uma universidade gratuita e de qualidade”, afirmou. Segundo o reitor, quase 70% dos recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil, o Pnaes, é destinado aos restaurantes universitários.

O maior investimento é com os restaurantes universitário/Foto: Eduardo Mendonça

BENEFÍCIO – Anualmente, a Ufersa investe R$ 6,6 milhões com a assistência estudantil. Para a pró-reitora da pasta, a professora Vânia Porto, esse montante beneficia estudantes em situação de vulnerabilidade econômica, ou seja, com renda per capita com no máximo 1,5 salário mínimo. A seleção dos atendidos pela política institucional de assistência estudantil é feita semestralmente mediante editais, tendo como critério a situação financeira dos candidatos a bolsas, auxílios, alimentação ou moradia. Todo o processo é conduzido pelas assistentes sociais e psicólogas da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil.

Atualmente, mais de mil estudantes da Ufersa são beneficiados com algum tipo de bolsa/auxílio que ajudam a se manter na Universidade. Além disso, todos os campi dispõem de restaurante universitário. No campus sede, em Mossoró, é servida uma média diária de 1.800 refeições entre almoço e janta e, nos campi de Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, cerca de 500 refeições. Com relação à moradia são 400 estudantes beneficiados em Mossoró e 160 nos demais campi. Em Angicos a moradia estudantil começa a funcionar a partir de abril desse ano. “Estamos com os equipamentos bem estruturados para atender a nossa demanda”, frisou a professora Vânia Porto.

Ainda dentro da assistência estudantil, a Ufersa conta também com o serviço de profissionais especializados como assistentes sociais, psicólogos e educadores físicos em todos os campi. Na área esportiva são oferecidas mais de 20 modalidades, oferecendo ainda incentivos aos atletas para participar de competições locais, regionais e nacionais.

Douglas Souza, do DCE, avalia positiva a assistência estudantil na Ufersa/Foto: Passos Júnior

DCE – O trabalho realizado pela Ufersa tem o reconhecimento dos estudantes. Para o coordenador de Assistência Estudantil do DCE, Douglas Diógenes Holanda de Souza, do curso de Direito, a política da Ufersa tem se mostrado eficiente, embora no contexto nacional, tem trazido preocupação. “Com a implantação da Emenda Constitucional 95/2016 que congela os investimentos na saúde, educação e na segurança pública tem prejudicado a expansão da assistência estudantil. Daí se vê a importância desse Fórum para que os estudantes possam cada vez mais lutar pelos seus direitos”, afirmou.

Douglas Souza é um dos beneficiados com a assistência estudantil. Morador da vila acadêmica ele afirma que não teria condições de permanecer na Universidade sem o benefício. “Somos filhos de trabalhadores, agricultores, operários que veem a educação como alternativa para melhorar as condições de vida. As bolsas, a vila acadêmica, o restaurante universitário são cruciais para a nossa permanência na Universidade. Sem essas políticas muitos não estariam aqui, estudando e se formando numa universidade”, afirmou. O estudante vê com preocupação o avanço do governo neoliberal que impede o investimento do estado na ampliação das políticas estudantis.

HISTÓRICO – No Fórum os estudantes têm a oportunidade de conhecer a história da política estudantil no Brasil na palestra sobre ‘A assistência estudantil e os desafios em tempo de crise’, proferida pela psicóloga da Ufersa, Mônica Almeida, que é doutoranda e tem como campo de estudo a política estudantil, como importante estratégia para combater a evasão e a retenção de estudantes nas universidades. “É necessário fortalecer e ampliar os equipamentos de Assistência Estudantil (RU, moradia) nas universidades federais” pontuou.

A psicóloga Mônica Almeida, da Ufersa, apresentou desafios sobre a assistência estudantil em tempos de crise/Foto: Passos Júnior

Hoje, afirmou Mônica Almeida, dos mais de 8,2 milhões de estudantes universitários existentes no país, menos de 16% estão em instituições públicas. Das 2.448 instituições de ensino superior, apenas 296 são públicas, contra 2.043 privadas. Segundo a psicóloga, a história da assistência estudantil remete nos primórdios a classe mais favorecida financeiramente, citando, por exemplo, a criação da casa do estudante brasileiro, em Paris, em 1928 e, a Casa do Estudante do Rio de Janeiro, em 1934. E a partir da Constituição de 1934 que a assistência estudantil passa a ser regulamentada, passando em 1946 para todos os níveis de ensino. A partir das décadas de 80 e 90, a assistência estudantil ganha maior visibilidade e, na Constituição de 1988, a educação ganha status de direito universal.

Com a criação do Programa Nacional de Assistência Estudantil, o Pnaes, em 2010, o governo ampliar as condições de permanência dos estudantes nas instituições federais de ensino superior, democratizando as condições para continuidade e permanência, minimizando os efeitos das desigualdades sociais e regionais, além de contribuir para a redução das taxas de evasão e retenção nas instituições públicas de ensino superior, promovendo a inclusão de todas as classes sociais na universidade.

PROGRAMAÇÃO – Nesta terça-feira, 05, o Fórum de Assistência estuidantil acontece com a mesma programação no Campus Angicos; amanhã, dia 06, em Caraúbas; quinta-feira, 07 em Pau dos Ferros, voltando para Mossoró na sexta-feira, 08, com as discussões dos Grupos de Trabalhos.  O encerramento se dará sempre no final da tarde, com a palavra das professoras Vânia Porto, pró-reitora de Assistência estudantil e, Luciana Mafra, da Coordenação Nacional de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social – Caadis.