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Comunicação

Dar voz a quem silencia

Formatura, Inclusão 4 de outubro de 2018. Visualizações: 1004. Última modificação: 04/10/2018 17:04:47

Rosângela Ívina Araújo dos Santos  sinaliza em Língua Brasileira de Sinais (Libras) o nome da Ufersa/Foto Felipe Cafré

Essa é a grande motivação da professora de Libras, Rosangela Ívina Araújo dos Santos, formada na primeira turma do curso de licenciatura Letras Libras da Ufersa Caraúbas. Ela confessa que optou pela graduação por ter alcançado o ponto de corte para ingressar na Universidade. Na época ainda sem ter uma opinião formada sobre a licenciatura. Um curso novo e com quase nenhuma informação sobre a graduação. Porém, nos primeiros dias de aula, a estudante descobriu que ser professora de Libras seria a sua maior vocação. “Hoje digo que a Ufersa Caraúbas despertou para vocação que até então eu desconhecia. De imediato me identifiquei com curso ao saber que eu posso dar voz a tantas pessoas que são silenciadas a vida inteira”, afirmou.

A recém-formada expressa com convicção a importância da Ufersa em sua vida. Natural de Caraúbas, Rosangela Ívina reconhece que a oportunidade de cursar a universidade sem precisar deixar a sua cidade foi fundamental. “Apesar de ser um curso novo, a Ufersa dispõe de uma boa estrutura e excelentes professores”. O curso de Letras Libras conta com um bloco de aulas, estúdio para as aulas práticas e quatro intérpretes. O quadro docente conta com três professores surdos, graduados e pós-graduados.

Formada auxilia na condução da entrevista com a professora Niáscara Souza/Foto: Felipe Cafré

Mostrando habilidade prática com a Língua dos Sinais, Rosangela Ívina, atuou como intérprete na entrevista com a madrinha da turma de concluintes, Niáscara Valeska do Nascimento Souza, uma das professoras surda do quadro de docentes da Ufersa. “É um orgulho muito grande estar aqui representando a primeira turma de Letras Libras. Tudo começou aqui. Vê meus alunos se formando, então, é uma grande felicidade. A gente já vislumbra professores atuando. Eu não tenho palavras para expressar tamanha emoção”, afirmou a professora Niáscara.

Como professora surda, Niáscara considera uma grande conquista levar para os alunos ouvintes o aprendizado da língua de sinais. “A turma da Letras Libras é composta por ouvintes, mas estão saindo da universidade com uma fluência impecável. Daí, a minha felicidade não ter fim”, expressou. A professora reforça a importância da experiência da Ufersa Caraúbas ser conhecida em todo o país para mostrar que é possível ter um curso superior de Letras Libras de qualidade numa cidade do interior, com um grupo de professores surdos, um curso que representa inclusão. A luta da professora é para a criação de escolas bilíngues em todo o Rio Grande do Norte. Especificamente em Mossoró, Niáscara adiantou que a Câmara Municipal já aprovou projeto nesse sentido. “A Universidade está formando profissionais, precisamos das escolas bilíngues para que eles possam atuar aumentando assim o campo de trabalho”, considerou. Desde a sua implantação, em 2014, o curso de Licenciatura em Libras da Ufersa tem apresentando uma expressiva demanda de candidatos no SiSU.

Professora Niáscara Valeska ressalta com orgulho a importância da formatura da primeira turma do curso Letras Libras da Ufersa/Foto: Felipe Cafré