Professora Carolina Malala apresentado as camadas de solo aos estudantes do Ensino Fundamental / Foto Eduardo Mendonça
Kelvin Filgueira, aluno da Escola Estadual Cunha da Mota / Foto Eduardo Mendonça
Um local de pouco mais de 1 metro de profundidade aberto numa área do Campus Leste da Ufersa em Mossoró. A princípio o espaço pode causar estranheza, mas esse é o ambiente das aulas práticas da área de solos. Alunos da graduação e da pós-graduação das ciências agrárias da Universidade visitam o local com regularidade, mas para Kevin Filgueira, de apenas 11 anos, essa foi a primeira vez. O garoto é um dos estudantes que integram o 6º ano da Escola Estadual Cunha da Mota, de Mossoró.
A turma de Kelvin, formada por 25 jovens, esteve nesta quinta, dia 06, na Ufersa para acompanhar umas lições diferentes. Na Universidade, o primeiro destino da turma foi a sala de aula para aprender noções teóricas do solo, depois, eles colocaram a mão na areia, na argila, e verificaram e sentiram como a massa do solo se apresenta no meio ambiente. “Eu aprendi os tipos de solo, o solo A, B, C, as pedras que saem de lugar com as enchentes. Foi bem legal”, destacou Kelvin.
Variações de solo apresentadas durante a aula prática / Foto Eduardo Mendonça
Se o conhecimento foi bem assimilado pela garotada é sinal que o meta da ação foi alcançada. A turma da Escola Cunha da Mota foi mais uma instituição beneficiada pelo Programa de Extensão Ciência do Solo na Escola e no Campo desenvolvido por professores e alunos bolsistas da área de solos.
Segundo a coordenadora do Programa, a professora Carolina Malala, a iniciativa foi lançada em 2016 e atualmente se mantém graças aos recursos de edital aprovado da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Ufersa. Ainda de acordo com a professora, o programa iniciou nas escolas municipais de Governador Dix-Sept Rosado e de Caraúbas, onde mais de 400 crianças e 30 professores do Ensino Fundamental foram capacitados com as ações da Ciência do Solo.
“É sempre muito encantador e ao mesmo desafiador. A gente se encanta com a ingenuidade, com a inocência das crianças e com a descoberta, mas se torna um desafio porque você tem na instituição uma linguagem científica e com isso nós precisamos transformar essa linguagem em algo mais popular para poder trabalhar a educação em solos”, comentou Carolina.
A aula ou a Transposição Didática, como também foi chamada a ação, mostra um aprendizado mais prático para o aluno e o deixa mais próximo do conhecimento. No caso do Programa de Extensão da Ciência do Solo, existe toda uma relação de cuidado da Ufersa com os estudantes atendidos. “A gente vai buscar o aluno com o nosso transporte, acomodamos na nossa instituição, mostramos a parte teórica, apresentamos as aulas práticas e no final levamos esse aluno de volta para a sua escola”, explicou Malala.
MUSEU DE SOLOS PROFESSOR MAURÍCIO DE OLIVEIRA – Com o objetivo de aprimorar as aulas práticas de solo aos estudantes, o Programa de Extensão Ciência do Solo na Escola começou a montar um Museu destinado a essa área. O Museu de Solos Professor Maurício de Oliveira vai funcionar no Prédio de Solos da Ufersa, no Campus Leste, numa sala já definida e com materiais prontos.
Segundo a professora Carolina Malala, o Museu será estruturado com recursos já assegurados pela Pró-Reitoria de Extensão. O espaço terá aquários com camadas de solo visíveis aos visitantes. ”Vamos fazer um resgate dos solos daqui de forma bem didática e lúdica por meio de aquários”, esclareceu a professora. O Museu de Solos da Ufersa tem prazo de até um ano para ficar pronto, mas a previsão é que ele seja entregue até o final de 2018.