Nesta quinta-feira, dia 9 de novembro, os estudantes concluintes dos cursos de graduação ofertados no Campus Sede, em Mossoró, participam da solenidade de Colação de Grau que fecha a maratona de formaturas iniciada no dia 3, no Campus Angicos, seguida por Pau dos Ferros e Caraúbas, respectivamente, nos dias 6 e 7 desta semana. Em todas elas, uma merecida homenagem é prestada a um membro da comunidade acadêmica com o título de Paraninfo/a Geral das Turmas.
No semestre de 2017.1, em Mossoró, essa honraria será direcionada à professora aposentada Celicina Borges Azevedo. Ela ingressou na Instituição ainda à época da ESAM, em 1978, para ministrar a disciplina de Pesca e Aquicultura no curso de Agronomia. A docente é formada em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará, possui mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal da Paraíba e doutorado em Vida Selvagem e Pesca pela Universidade do Arizona nos Estados Unidos.
Além da sua atuação em sala de aula em cursos como Zoologia, Medicina Veterinária e Agronomia, a docente também contribuiu em funções administrativas e na Pós-Graduação. Foi coordenadora de Extensão e Assuntos Estudantis, função equivalente às atuais pró-reitorias; representante dos docentes em Conselhos Superiores; presidiu a Fundação Guimarães Duque – FGD e integrou a equipe de criação do curso de Engenharia de Pesca, do qual foi a primeira coordenadora.
Já na Pós-graduação, ministrou disciplinas e liderou pesquisas nos Programas de Fitotecnia e Ciências Animais. Sua expertise em Metodologia da Pesquisa Científica ajudou a aproximar jovens da rede básica de ensino à ciência. Durante os anos noventa, quando cursava doutoramento fora do País, encantou-se com a experiência norte-americana de introduzir metodologia científica já no ensino primário. “Eu descobri que os países desenvolvidos faziam muita ciência não porque tinham muito dinheiro, mas, sim, porque eles começavam muito cedo, daí, pensei: se dá certo lá, por que não daria certo aqui?”.
De volta à Ufersa, convergiu esforços para a criação de uma grande rede de Feiras de Ciências. O primeiro passo veio com o curso de “Metodologia Científica ao alcance de todos”, ministrado inicialmente apenas para escolas da 12ª Regional da Diretoria da Secretaria de Estado da Educação do RN, envolvendo 29 escolas. A proposta saiu do papel e, em 2007, foi realizada a primeira grande Feira.A maior paixão da minha vida, hoje, é ver esse trabalho [Feira de Ciência] em pleno vapor
Em 2010, a iniciativa foi fomentada por um edital do CNPq e passou a abranger 4 Regionais da Dired. Hoje, já são 67 municípios integrando a Feira de Ciências Para Todos do Semiárido Potiguar. A ideia da professora Celicina transformou-se no maior Projeto de Extensão da Ufersa, que chega a 2017 em sua sétima edição fazendo parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) com mais de 200 apresentações e 70 prêmios distribuídos em diversas categorias.
A Feira envolve 2.600 participantes, 500 professores capacitados, 286 Feiras escolares já organizadas e o acúmulo de 40 prêmios nacionais e internacionais recebidos. Toda essa grandiosidade está registrada e compartilhada no livro “Metodologia Científica ao Alcance de Todos”, que já encontra-se em sua quarta edição.
Acompanhe a Feira de Ciência Para Todos
Leia matéria da Agência Fapesp sobre o livro Metodologia científica ao alcance de todos
Conheça a trajetória acadêmica da homenageada
Aposentada desde 2011, a professora Celicina Borges Azevedo mantém-se formalmente vinculada à Ufersa por meio de um contrato de trabalho voluntário e atua, para além de qualquer outra atividade, como a principal motivadora da iniciação científica. “A maior paixão da minha vida, hoje, é ver esse trabalho em pleno vapor”, confessa ela. O trabalho de formiguinha iniciado pela professora Celicina irá ressoar em cada novo cientista que surgir no futuro do Semiárido Potiguar. Na verdade, o trabalho da professora Celicina irá se espalhar por toda uma geração de jovens que, primeiramente, aprendeu com ela que a transformação começa a partir de uma simples pergunta: “Por que não?”.