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Comunicação

Pesquisa analisa a poluição eletromagnética na região metropolitana de Mossoró

Pesquisa 28 de agosto de 2017. Visualizações: 2131. Última modificação: 28/08/2017 09:48:47

Professor Humberto Dionísio de Andrade e o mestrando Talles Amony |Foto: Felipe Cafrê/Assecom/Ufersa

Estamos acostumados a discutir os danos gerados pelas poluições sonora, visual, das águas e do ar, mas, enquanto isso, um outro tipo de poluição silenciosa cresce a cada dia. Trata-se da poluição eletromagnética, que é aquela emitida pelas ondas dos equipamentos elétricos e eletrônicos. Com o objetivo de analisar esse tipo de poluição na região metropolitana de Mossoró, o mestrando Talles Amony Alves de Santana, sob a orientação do professor Humberto Dionísio de Andrade, ambos do Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Comunicação e Automação (PPGSA) da Ufersa, estão desenvolvendo um estudo para mapear e mensurar os níveis dessa poluição na área urbana da cidade.

 “A pesquisa tem como objetivo analisar quais limites de poluição eletromagnética estão sendo estabelecidos e se esses valores estão abaixo do nível estabelecido pela ICNIRP. Se os valores estiverem dentro dos limites temos a garantia que a poluição eletromagnética não está afetando negativamente a sociedade e conseguimos garantir que o risco na região é zero”, explica o mestrando, citando a International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection (ICNIRP), organização internacional que estabelece os níveis de tolerância de poluição eletromagnética.

A pesquisa teve início com um estudo do mapa georeferenciado de Mossoró, material que foi cedido pelo IBGE. A partir da análise do mapa, foram identificadas as localizações das principais torres de telefonia de celular e de radiofusão (estações de TV e rádio, exceto AM). “Essas são as principais fontes de poluição eletromagnéticas na faixa de frequência que pesquisamos que é a de 10 MHz a 8 GHz”, explica o mestrando. O trabalho de medição será realizado em toda região metropolitana de Mossoró, mas a pesquisa foi iniciada no centro da cidade onde se encontra a maior concentração de torres. “Para entender como o equipamento se comporta e validar com precisão as ferramentas que utilizamos, resolvemos iniciar as medições pelo centro de Mossoró” disse o professor Humberto Dionísio. Ao todo, foram feitas 50 medições ao redor das torres que ficam no centro. “Se no centro o nível da poluição está bom, nos locais mais afastados vai tender a diminuir”, afirma o estudante.

O resultado da pesquisa mostrou que Mossoró tem poluição eletromagnética, mas que ela está abaixo dos níveis controlados. “A poluição está abaixo do nível de tolerância o que é uma ótima notícia”, comemora o orientador. O estudo é o primeiro realizado sobre poluição eletromagnética em Mossoró. “Além disso, os trabalhos sobre esse tema normalmente fazem medições pontuais, enquanto que na nossa pesquisa foram medidos vários pontos e depois por meio de uma interpolação matemática estimamos como a poluição se comporta em outros locais que não foram mensurados”, disse o estudante, ressaltando a pertinência científica do estudo.

“A poluição está abaixo do nível de tolerância o que é uma ótima notícia”

Professor Humberto Dionísio

Impactos à saúde

Segundo o professor Humberto Dionísio, as radiações constituem uma forma de energia que, de acordo com a sua capacidade de interagir com a matéria, podem se subdividir em radiações ionizantes e radiações não-ionizantes. As radiações ionizantes são aquelas que possuem energia suficiente para ionizar os átomos e moléculas com as quais interagem, sendo capazes de afetar as moléculas do ser humano e ocasionar mutações que podem levar a doenças como o câncer. “Um exemplo de tecnologia ionizante são os aparelhos de raio-x, alfa, beta e outras”, explica ele. Já as tecnologias estudadas na pesquisa são do tipo não-ionizante, ou seja, são aquelas que não possuem energia suficiente para ionizar os átomos e as moléculas com as quais interagem, comenta o professor, alertando para que caso os níveis de poluição estivessem acima dos limites, mediante a uma longa exposição, o ser humano poderia sofrer alguns efeitos como fadiga, cansaço e dor de cabeça.

Publicações

A pesquisa ainda está sendo desenvolvida, mas já rendeu o artigo intitulado Comparison of spatial interpolation methods to determine exposure ratio to electric fields in urban environments, que foi publicado na revista científica internacional Electronics Letters, periódico com Qualis A2 da Capes na área de Engenharias IV. Acesse aqui a artigo publicado na revista Electronics Letters.

Outro fruto do estudo será a apresentação do trabalho Measurement Campaign on the Electromagnetic Environment in the Central Region of the City of Mossoro na Conferência Internacional de Microondas e Optoeletrônica, a IMOC 2017, que será realizada em Águas de Lindoia, em SP, no período de 27 a 30 de agosto de 2017. Acesse aqui o trabalho que será apresentado no congresso.

Professor Humberto Dionísio de Andrade e o mestrando Talles Amony |Foto: Felipe Cafrê/Assecom/Ufersa
Aparelho de mediação de poluição eletromagnética |Foto: Felipe Cafrê/Assecom/Ufersa
Professor Humberto Dionísio de Andrade e o mestrando Talles Amony |Foto: Felipe Cafrê/Assecom/Ufersa