Professores e alunos da graduação e da pós-graduação da Agronomia e da Fitotecnia, respectivamente, promoveram nesta sexta, dia 28, um Dia de Campo para falar sobre os resultados que a equipe vem obtendo com o cultivo do alho nobre na região de Portalegre/RN. O encontro foi realizado no Sítio Genipapeiro e foi coordenado pelo Centro de Ciências Agrárias da Ufersa em parceria com o CNPQ, Sebrae, Prefeitura de Portalegre e Embrapa Hortaliças.
Durante toda a manhã, os produtores da região – que nunca trabalharam com o alho na lavoura – puderam conhecer e ver o plantio sendo desenvolvido por meio dos experimentos realizados por alunos da Pós-Graduação da Ufersa. Desde 2012, que as pesquisas vêm sendo desenvolvidas em Portalegre, por meio de uma parceria com a Embrapa Hortaliças (Distrito Federal), na pessoa do Dr. Francisco Vilela Resende (Pesquisador A – Sistemas de Produção), que inclusive esteve presente no Dia de Campo falando sobre a cultura do alho.
As pesquisas estão sendo coordenadas pela professora Dra. Maria Zuleide Negreiros. Segundo a docente, a primeira fase do programa de revitalização da cultura do alho (2012 a 2014) concentrou-se na avaliação de cultivares mais produtivas e com melhor aceitação de mercado, levando em consideração as peculiaridades da região, e nos ajustes da tecnologia de vernalização, ponto fundamental para adaptação de novas cultivares as condições climáticas do Rio Grande do Norte.
A vernalização é o processo de armazenamento dos bulbos-semente em câmara fria com temperatura de 3 a 5ºC, por um período de 40 a 60 dias, com umidade entre 70% a 80%. No Brasil, essa técnica é empregada para produção de alhos nobres onde o fotoperíodo (duração do dia em relação à noite em um tempo de 24 horas) e a temperatura são limitantes.
Na segunda fase, que está em andamento, os pesquisadores pretendem investir em regiões serranas com altitudes acima de 500 metros, com condições climáticas mais favoráveis ao cultivo do alho nobre. Nos últimos três anos, os experimentos com o plantio de alho nobre em Martins e Portalegre (720m e 620m de altitude, respectivamente), sem tradição de cultivo com a hortaliça, estão respondendo de maneira bastante positiva a algumas novidades tecnológicas, a exemplo da vernalização.
A professora Zuleide Negreiros ficou animada com a participação dos parceiros e principalmente dos produtores da região. “Com esse projeto espera-se alcançar a definição de cultivares de alho nobre e seminobre livre de vírus com melhor desempenho produtivo e qualitativo em região serrana do Rio Grande do Norte; além de determinar a densidade de plantio e tamanho de alho-semente que promova melhor produção e qualidade do alho infectado ou não de vírus, bem como, a definição da dose de fósforo no plantio que proporcione a máxima eficiência agronômica e viabilidade econômica em alho vernalizado produzido em Portalegre/RN”, explicou.
Além dos professores Vilela e Zuleide, estavam presentes os professores Francismar Medeiros, que falou sobre irrigação, o Prefeito de Portalegre, Manoel de Freitas Neto; e os gerentes do SEBRAE, Rodolfo Barbosa e Ângelo Baeta; e o Diretor do Centro de Ciências Agrárias da Ufersa, o professor José Torres Filho. As autoridades ficaram otimistas com os resultados da pesquisa e confiam que a cultura pode marcar uma nova era na produção e geração de renda na Zona Rural de Portalegre, já que o alho nobre é bem valorizando no mercado, principalmente pela alta gastronomia.
Seu Xavier é produtor rural de Portalegre que sempre trabalhou com hortaliças e que agora está interessado na cultura do alho. “Acho que pode ser uma boa para nós aqui de Portalegre, estou vendo as estações e planejando como isso pode ser empregado”, destacoi o produtor.
O Dia de Campo foi dividido em 4 estações que falavam sobre o cultivo, irrigação, tecnologias de produção e alho-semente livre de vírus.