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Comunicação

Pesquisadores da Ufersa produzem girassol ornamental usando água de esgoto doméstico

Pesquisa 19 de setembro de 2016. Visualizações: 6721. Última modificação: 19/09/2016 19:50:06
Estudantes da Ufersa fazendo as análises nos girassois / Foto Assecom

Estudantes da Ufersa fazendo as análises nos girassois / Foto Assecom

Os pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Manejo de Solo e Água da Universidade Federal Rural do Semi-Árido estão testando o cultivo de girassol ornamental usando água de esgoto doméstico tratado. O experimento faz parte do projeto de Mestrado de Isaura Raquel Dantas, discente do Programa, e é orientado pelo professor Nildo Dias.

Desde abril que a estudante vem trabalhando na pesquisa. Ela iniciou o projeto com a montagem e a instalação de um sistema de tratamento das águas cinzas (provenientes de pias de cozinhas e chuveiros) produzidas na Associação Comunitária Reciclando para a Vida – Acrevi – que é uma associação de catadores de materiais recicláveis de Mossoró.

Girassol “sol noturno” – variedade que emite uma bela flor com pétalas avermelhadas ideal para ornamentação / Foto Assecom Ufersa

Girassol “sol noturno” – variedade que emite uma bela flor com pétalas avermelhadas ideal para ornamentação / Foto Assecom Ufersa

Com o sistema de tratamento de efluente doméstico, Isaura Raquel obtém uma água tratada que é usada para compor a solução nutritiva da irrigação do girassol “sol noturno” – variedade que emite uma bela flor com pétalas avermelhadas ideal para ornamentação. No mercado, a planta tem um grande valor comercial e é diferente do girassol mais conhecido pelo sertanejo que é destinado a produção de sementes para a indústria.

Na Ufersa, a estudante testou diferentes proporções do efluente na água de irrigação, aplicou diariamente nas plantas e observou que, em todas as diluições estudadas, as plantas de girassol foram muito precoces, pois emitiram os botões florais antes do tempo indicado pelo fornecedor.

Além dessa análise preliminar, os pesquisadores também avaliam a eficiência do uso da água residuária no desenvolvimento da planta. Para isso, são conferidos semanalmente a altura e o diâmetro da haste, o número de folhas, a área foliar, o diâmetro do capítulo floral e o número de pétalas. A grande vantagem de utilizar a água residuária se deve ao material orgânico presente que se transforma em adubo favorecendo o desenvolvimento do vegetal e também pelo controle ambiental. “Aqui nós podemos monitorar os nutrientes que estão em excesso na água residuária pois a planta é cultivada em vaso sem contato com o solo. Irrigando diretamente no solo, não há controle e os nutrientes podem ser carreados”, explicou Nildo Dias.

O experimento deve ser concluído em 20 dias e até lá os pesquisadores devem fazer análises para saber a composição mineral do tecido foliar da planta e do substrato de cultivo onde a planta cresce justamente para saber se há necessidade ou não de adubo complementar.

Isaura Raquel recebendo as instruções do professor Nildo Dias / Foto Assecom Ufersa

Isaura Raquel recebendo as instruções do professor Nildo Dias / Foto Assecom Ufersa