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Comunicação

Encontro dá vez e voz aos negros e cotistas da Ufersa

Estudante 24 de maio de 2016. Visualizações: 1362. Última modificação: 25/05/2016 16:14:57
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A identidade negra e o combate ao preconceito e a discriminação centralizam discussão na Ufersa/Foto: Passos Júnior

Deveria ser uma prática rotineira, mas devido os resquícios de mais de 300 anos que os negros foram escravizados do Brasil ainda não se configura a participação efetiva da população negra no ambiente universitário. Na Universidade Federal Rural do Semi-Árido a mobilização para a inclusão da população afrodescendente no âmbito acadêmico ganhou força nesta terça-feira, 24 de maio, com a realização do 1º Encontro de Estudantes Negras, Negros e Cotistas. Uma data histórica em quase 50 anos de Esam/Ufersa. A iniciativa partiu do Diretório Central dos Estudantes Romana Barros, com o apoio da Coordenação Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Inclusão Social – CAADIS, e das Pró-reitorias de Assuntos Comunitários (PROAC) e a de Extensão e Cultura (PROEC).

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Reitor da Ufersa, José de Arimatea, ressalta importância das cotas para inclusão de estudantes na Universidade/Foto: Passos Júnior

Durante todo o dia, no Auditório da Pró-Reitoria de Extensão em Cultura, estão sendo discutidas ações que fortaleçam as políticas de inclusão, tendo como ponto de partida reflexões sobre a valorização da identidade negra, o enfretamento ao racismo e o combate ao preconceito. O reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos, apresentou dados do IBGE de 2013, ao enaltecer a importância da iniciativa quando 51% da população do país se autodeclara sendo negra ou parda, enquanto que apenas 11% estão cursando o ensino superior. “A Ufersa foi pioneira na institucionalização das cotas na sua plenitude destinando 50% das vagas oferecidas para os estudantes cotistas”, frisou.  Segundo o reitor, o sistema de cotas representa igualdade em todos os cursos. O reitor acredita que a interiorização das universidades e a implantação das cotas são os maiores exemplos de inclusão social adotados pelo Governo Federal. Desde 2013, a Ufersa institui as cotas para o acesso aos cursos de graduação.

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Encontro tem como meta fortalecer o debate para o V Encontro Nacional a ser realizado em Salvador no mês de julho/Foto: Passos Júnior

A proposta do Encontro é fortalecer o debate numa preparação para o V Encontro Nacional de Negros, Negras e Cotistas, a ser realizado nos dias 29, 30 e 31 de julho, em Salvador, numa promoção da União Nacional dos Estudantes. “Devemos aprofundar as discussões para o fortalecimento da identidade negra em contrapartida a identidade mestiça que reforça o mito da democracia racial”, defendeu a professora Ady Canário, coordenadora da CAADIS/Ufersa. A professora ressaltou a importância da ampliação dos espaços de discussões como estratégia para combater o preconceito e o racismo, contribuindo, desta forma, para uma sociedade cada vez mais plural e democrática.

Professor Luiz Gomes dá o exemplo pessoal do negro conquistar espaço no ambiente acadêmico/Foto: Passos Júnior

Professor Luiz Gomes dá o exemplo pessoal do negro conquistar espaço no ambiente acadêmico/Foto: Passos Júnior

Para o coordenador do curso de Licenciatura do Campo, Luiz Gomes, o tema do I Encontro de Negros, Negras e Cotistas da Ufersa ‘Minha Presença te Incomoda’ afronta uma vez que a população negra está adentrando num espaço sem ter sido convidada. Luiz Gomes partiu da experiência pessoal dele de ser um professor universitário negro, jovem e nordestino. “Quando abrem a minha sala, a maioria espera encontrar um professor branco, velho e com sotaque sulista”, afirmou. Segundo ele, essa constatação, longe de ser vitimização, choca. A presença do negro na academia ainda incomoda, seja no papel de professor, servidor ou estudante.  “Precisamos estudar, conhecer e, principalmente, se conhecer para não baixar a cabeça”, afirmou. As discussões vão prosseguir até a noite, com temáticas relativas ao empoderamento da população negra dentro e fora da universidade.

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