Uma administração cada vez mais voltada para o interesse da sociedade. Assim, o professor Humberto Falcão Martins caracterizou a forma contemporânea de administração pública ao ministrar a palestra “Governança e Governança Pública”, durante a abertura do I Seminário de Boas Práticas Administrativas, promovido pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido, numa iniciativa da Auditoria Interna e da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – Progepe. O Seminário prossegue até amanhã, quarta-feira, 02, no Hotel Vila Oeste, tendo como público os servidores da Ufersa.
Reitor José de Arimatea anuncia segunda edição do Seminário em 2016/Foto: Eduardo Mendonça
A abertura foi feita pelo reitor, professor José de Arimatea de Matos, que parabenizou o interesse de grande número de servidores na qualificação. “Espero que aproveitem os conhecimentos com ampla participação”, aconselhou, assegurando a realização de uma segunda edição do Seminário no próximo ano. “Aqui estamos também atendendo a reivindicação apresentada pelo SINTEST-RN da Universidade oferecer mais qualificações para os servidores técnico-administrativos”, afirmou.
GOVERNANÇA – Segundo o professor Humberto Falcão, a palavra “governança” aparece entre os termos mais citados no âmbito da literatura técnica das ciências sociais. Mas apesar de muito utilizada possui alto grau de abstração, embora soe de forma positiva ao transitar nas diversas áreas do conhecimento. “Possui conceito amplo com múltiplos significados”, observou.
O professor explicou que existe uma diferença entre a governança corporativa (privada) e a governança pública. “As organizações são uma teia de interesses com práticas de controle e incentivos”, pontuou, acrescentando que a diferença maior entre as duas formas de governança é que a pública é regida por leis e normais, diferente da privada onde tudo que não é ilegal pode vir a ser possível.
Seminário contou com ampla participação de servidores da Ufersa/Foto: Eduardo Mendonça
O termo governança começou a ser utilizado no Brasil, em 1993, com o avanço tecnológico e, consequentemente, o advento da globalização. Segundo o professor, na década de 90 ocorreu uma valorização do setor privado em detrimento ao público. “Verificamos uma diminuição do Estado como ineficiente e inconfiável”, frisou, sendo preciso à valorização dos recursos públicos para satisfazer a sociedade. A partir daí, uma nova gestão pública é pensada substituindo os interesses políticos e burocráticos pelos interesses da sociedade. “Um setor público cada vez mais articulador, direcionador e executor com a sociedade se autogovernando com o governo”, afirmou Humberto Falcão.
Ainda segundo o professor, a nova administração pública deve refletir a participação democrática com ampla interação da sociedade com as políticas públicas, configurando, dessa forma, a cidadania. Para se configurar a nova governança pública se faz necessário uma cadeia que engloba relacionamentos e colaboração (parcerias), qualidade e competência institucional (saber, fazer e querer), desempenho satisfatório (eficiência, eficácia e efetividade) e valor público (satisfação atribuída pelo público). O professor finalizou definindo governança como “um processo de governo com a sociedade que é maior que o próprio governo”.
André Luiz ressaltou alto nível da capacitação oferecido pela Auditoria e Progep/Foto: Eduardo Mendonça
PARTICIPANTES – No auditório do Hotel Vila Oeste mais de 160 servidores da Ufersa assistiam atentos à palestra de abertura do I Seminário de Boas Práticas Administrativas, que prossegue amanhã, com uma vasta programação abordando temas como O papel da Procuradoria Federal no âmbito das instituições federais de ensino e, Lei de conflito de interesses. O Seminário oferece ainda as oficinas Fiscalização de Contratos Administrativos e Controle Interno Administrativo.
Ao saudar os participantes, o auditor chefe da Ufersa, André Luiz Moreira, falou da iniciativa de proporcionar aos servidores da Universidade uma capacitação de alto nível. “Reflete o nosso desejo de colaborar e engrandecer a Ufersa”, pontuou André.
As palavras do auditor foram reforçadas pela Pró-Reitora de Gestão de Pessoas, Keliane Cavalcante. “Esse Seminário foi pensado como forma de sanar algumas fragilidades em nossas ações que requer, numa atividade complexa, habilidades e qualificações”, afirmou. Keliane salientou ainda o desafio dos servidores nas diversas ações que são propostas no dia a dia da Universidade. “A meta é mais qualidade e menos fragilidade”, considerou.