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RN e as uvas

Pesquisa 5 de maio de 2015. Visualizações: 4337. Última modificação: 05/05/2015 10:57:06
Pesquisas da Ufersa apontam viabilidade para o cultivo da uva no Rio Grande do Norte

Pesquisas da Ufersa apontam viabilidade para o cultivo da uva no Rio Grande do Norte

Qualidade e alta produtividade. Esses requisitos motivam os produtores a investirem na cultura da uva no Rio Grande do Norte. A viabilidade para a produção foi constatada na pesquisa Produção de uva de mesa com baixo impacto ambiental no Vale do Mossoró/Açú, realizada pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido, com financiamento da CAPES. Foram realizados experimentos na Fazenda Rafael Fernandes, da Ufersa, com a uva nas variedades Isabel Precoce, Itália Melhorada e Niagara Rosada, sob a coordenação do professor Dr. Celso Pommer e do Dr. Django de Jesus.

Além do brix (teor de açúcar em torno de 22º), constatamos uma produtividade de mais de 20 toneladas por hectares

Django Jesus - Pesquisador
”, afirma o pesquisador Django de Jesus, Doutor em Fitotecnia pela Ufersa. Segundo Django, a produção é semelhante a da Região de Petrolina, no Vale do São Francisco. A ideia é incentivar a produção junto aos pequenos agricultores. A cultura da uva possibilita duas colheitas ano.

Outra vantagem constatada na pesquisa quando comparada a produção de uvas em outras regiões diz respeito ao clima. “A baixa umidade relativa do ar e a baixa precipitação de chuvas na região do semiárido contribuem para uma redução considerável no uso de defensivos”, afirma Django de Jesus. As pesquisas com uvas têm ampliado os estudos da cultura tendo como resultados trabalhos de conclusão de cursos (TCC’s), dissertações de mestrado e teses de doutorados na Ufersa.

Pesquisador Django de Jesus comemora produção e expansão da cultura da Uva no RN

Pesquisador Django de Jesus comemora produção e expansão da cultura da Uva no RN

O investimento para montar um parreiral de um hectare fica em torno de R$ 40 mil, isso, incluído o custo com pessoal (três pessoas), para o trabalho de manejo e poda. “No sistema da agricultura familiar esse custo pode ser subtraído”, observa o pesquisador. A primeira colheita acontece a partir do segundo ano. Um parreiral tem vida útil de 30 anos com duas colheitas por ano. Django garante que o investimento pode ser tirado a partir da segunda colheita uma vez que o preço médio do quilo da uva pago ao produtor varia entre R$ 2,50 a R$ 3,50, o quilo.

O pesquisador acredita que a uva é uma cultura promissora para a agricultura familiar, sendo mais uma alternativa para segurar o homem no campo. “Numa área pequena, os rendimentos com a produção da fruta pode chegar a R$ 10 mil, por colheita”, afirma o pesquisador da Ufersa.

Produtores de olho na uva

Os experimentos foram realizados com as variedades Isabel Precoce, Itália Melhorada e Niagra Rosada

Os experimentos foram realizados com as variedades Isabel Precoce, Itália Melhorada e Niagra Rosada

Os resultados das pesquisas realizadas com a cultura da uva na Ufersa começam a despertar o interesse de pequenos produtores de diversas regiões do Estado. Atualmente, 18 produtores do Rio Grande do Norte há seis meses testam a produtividade em suas terras. São 13 da região do Apodi e 05 de Mossoró (Maisa). A variedade Isabel Precoce que é mais tolerante as pragas e por possuir tripla aptidão (mesa, suco e vinho) vem tendo maior aceitação por parte dos pequenos produtores. Os experimentos foram montados numa parceria entre a Ufersa, responsável pelas mudas e consultoria técnica; o IFRN Câmpus Apodi, estrutura dos viveiros e, o SEBRAE, consultoria. O objetivo é ampliar a produção.

As pesquisas com a cultura da uva não param por aí. Um novo projeto de pós-doutorado vai estudar o cultivo de mais quatro variedades, desta vez, da uva sem sementes (apirênicas). São as variedades Vitória, Crimson, Festival e Thompson sobre três portas-enxertos (IAC-572, IAC-766 e IAC-313). “É mais um trabalho importante para a Ufersa que iniciou de forma pioneira o cultivo da uva no Estado demostrando o potencial para a produtividade da cultura na região”, afirma Django de Jesus. As mudas são da Embrapa.

O diferencial da uva sem sementes é a melhor aceitação pelo mercado externo. “A exemplo do melão e outras frutas, a uva pode se tornar importante produto da nossa região para o mercado externo”, ressalta Django de Jesus. O experimento terá duração de quatro anos dando continuidade às pesquisas com viticultura no Rio Grande do Norte.

Django adianta que outros projetos desenvolvidos pelo SEBRAE estão em andamento nos municípios de Serra de Martins, no Alto Oeste; em Parazinho, no Mato Grande e em Brejinho, Vera Cruz e Nísia Floresta (Lagoa do Bonfim), na Região Agreste do Estado. “Alguns produtores estão com interesse no turismo rural e outros na produção de uva para mesa”, revelou o pesquisador que é responsável técnico pelos experimentos.

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