O documentário Solo Negro é lançado para a comunidade acadêmica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. A exibição foi uma das atrações da programação comemorativa pelos 55 Anos da ESAM/UFERSA, nesta terça-feira, 19, no Auditório da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC). O filme retrata a vivência de moradores das comunidades remanescentes de quilombolas do Pêga e Arrojado, localizadas no município de Portalegre – RN.
Antes da exibição, o diretor do documentário Solo Negro, o jornalista Passos Júnior, responsável pela direção e roteiro do curta-metragem de 28 minutos, falou sobre a iniciativa do setor de comunicação abordar num filme a temáticas das comunidades quilombolas. “Esse trabalho representa o compromisso social com a população negra que ainda nos dias atuais tem a sua história e a sua contribuição para o desenvolvimento do país desconhecidas e desvalorizadas”, pontuou.
O filme, que além de abordar a vivência em duas comunidades quilombolas do Rio Grande do Norte, mostra também as expectativas de jovens quilombolas que conquistam o espaço universitário. “Fico feliz em trabalhar numa instituição que valoriza a questão das cotas, inclusive, a cota quilombola, que permite o acesso e a permanência desses jovens que buscam na educação o caminho para melhorar não só a vida pessoal, como também de suas comunidades”, afirmou Passos Júnior.
Marcou presença no lançamento do Solo Negro o Pró-reitor de Extensão e Cultura, professor Paulo Gustavo, que parabenizou a equipe e se mostrou muito feliz com o projeto de extensão que culminou com a produção do filme. O professor também aproveitou a oportunidade para falar sobre outros projetos que estão sendo desenvolvidos nas comunidades quilombolas de Portalegre, citando, por exemplo, o Projeto Quintais Produtivos, voltado para a produção de hortaliças orgânicas.
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, coirmã da UFERSA, também prestigiou o lançamento do Solo Negro com a presença da professora Eliane Anselmo, antropóloga, cientista social e Pró-reitora Adjunta de Extensão.
“Queria parabenizar, agradecer e ressaltar também a sensibilidade e a fidelidade do filme que abordou de uma forma muito fiel à vivência na comunidade quilombola a qual já tive a oportunidade de levar meus alunos diversas vezes. Para todos que estão aqui representou um presente”, considerou.
Para o estudante Arthur Simplício, que mora da comunidade do Arrojado, e esteve presente na pré-estreia, realizada em dezembro no Sítio Pêga, assistir o filme na universidade também foi um momento muito especial. “Eu achei simplesmente incrível trazer essa questão da nossa cultura para dentro da universidade através de um documentário que será visto por muitas pessoas, uma vez que durante muito tempo os negros são excluídos de tudo e de todos”, expressou.
Para Dimas Vieira, discente do curso de Direito, o filme aborda questões sociais relacionadas à sua futura profissão. “Eu achei muito interessante por mostrar as interpelações que as feridas coloniais têm inclusive no semiárido”, pontuou.
Além da direção do jornalista Passos Júnior, também assina o roteiro o jornalista Carlos Adams, que também atuou na produção do curta de 28 minutos. A fotografia é de Eduardo Mendonça e a edição de Diego Farias. A estagiária da ASSECOM Rachel Amorim atuou como assistente de produção. Em breve, o documentário Solo Negro será disponibilizado no Canal YouTube da UFERSA.